
Segundo o encenador Pedro Fiúza, a obra “O Crime da Aldeia Velha” espelha a forma “como se constrói uma ilusão coletiva, que muitas vezes é criminosa” e que nesta tragédia, baseada em factos reais, acaba por levar à morte de Joana, um mulher que, em 1934, que se envolve numa sequência trágica, alimentada pela “ilusão coletiva”.
“Uma aldeia, isolada no tempo e no espaço, vive vulnerabilidades e desenvolve ilusões até ao ponto do não regresso. Uma espiral de violência social, violência irracional, como todas as violências”, explicou à agência Lusa o encenador.
A protagonista da história é uma mulher insubmissa e cobiçada por vários homens da aldeia, que a dado momento questiona as restantes mulheres da aldeia: “Por que razão vocês se sacrificam pelos homens?”.
Pedro Fiúza considera que esta obra aborda também a “visão feminina do poder masculino”, contestado por Joana e temido por todas as outras mulheres que a julgam “possuída pelo demónio”, altura em que “o medo da diferença explode nas consciências, tirando-lhes o chão”.
A peça integra a Prova de Aptidão Profissional (PAP) para os alunos finalistas dos cursos de Interpretação, Cenografia, Figurinos e Adereços, Luz, Som e Efeitos Cénicos da Escola de Artes ACE (Academia Contemporânea do Espetáculo).
“O Crime da Aldeia Velha” estreia esta quarta-feira no Palácio do Bolhão, onde ficará em cena até domingo. Na quarta e quinta-feira, a peça é apresentada às 19h, na sexta e sábado às 21h30 e no domingo às 16h.