A presidente da associação de apoio social do Porto “O Coração da Cidade” assegurou esta quarta-feira que não tenciona pagar a dívida ao fisco que levou à penhora dos bens alimentares já distribuídos por centenas de famílias carenciadas da cidade. “Não pago. Se me quiserem levar a tribunal, eu vou. Mas antes de mim têm de se julgar os criminosos que puseram o país nesta situação”, frisou Lasalete Santos, fundadora da entidade, que apoia, diariamente, 457 famílias do Porto.
Em causa está uma dívida de cerca de quatro mil euros, que diz respeito a coimas e custas processuais decorrentes da falta de pagamento de portagens nas antigas SCUT. A responsável garante, contudo, tratar-se de “uma fraude e uma loucura”, defendendo ter feito e cumprido um plano de pagamento de dois mil euros relativos às portagens. Segundo adiantou, em declarações à Lusa, a notificação da penhora chegou à instituição na passada semana, quando entraram no sistema guias de transporte de alimentos doados “solidariamente” por hipermercados e que são “logo distribuídos pelas famílias”.