“O Estado reservava-se o direito de pôr e dispor, com livre arbítrio, em relação às suas obrigações. Temos uma fundação que afinal não é uma fundação, porque uma das partes – o Estado – não está disponível para jogar com as regras do jogo”, criticou, em declarações ao Porto Canal. O responsável recordou ainda que, em abril, o Estado e a Casa da Música acordaram acomodar o corte de 20% na transferência anual, sendo que, afinal, a redução será de 30% devido à avaliação feita pelo Governo às fundações.
“O acordo é uma ficção e a avaliação é um truque para conseguir impor fora do acordo um corte para além daquilo que é sustentável. Temos muita dificuldade em conviver com um sócio – o Estado – que não tem palavra”, sustentou o administrador-delegado, que manterá funções até ao próximo conselho de fundadores. “Sinto que, no momento em que o país vive a sua crise mais grave, aposta-se no populismo para encontrar situações que possam justificar outras medidas. Apenas posso classificar a forma como o Estado tem vindo a atuar como uma medida populista, deitar areia para os olhos das pessoas, não fazer vê-las que aqui, na Casa da Música, o Estado poupa dinheiro”, acrescentou.
Quinta-feira 20 Dezembro, 2012