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Novo livro sobre Manuel António Pina destaca a “marca” que o poeta deixou

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O livro “Manuel António Pina – Uma pedagogia do literário”, da investigadora Rita Basílio, procura explorar a relação com a literatura do poeta e explorar “o testemunho, a marca que deixa” na obra poética, disse a autora.

O ensaio, tese de doutoramento em Estudos Portugueses na Universidade Nova de Lisboa, é editado pela Documenta e apresentado esta sexta-feira, pelas 21h30, na Livraria Flâneur, no Porto.
Rita Basílio partiu de “Todas as Palavras”, volume que inclui todo o trabalho poético do Manuel António Pina (1943-2012) de 1974 a 2011, para explorar uma “poesia existencial” do escritor, explicou a investigadora à Lusa.
“O meu interesse por Manuel António Pina começou pela literatura infantil e depois cheguei à poesia dele. Encontrei uma série de aprendizagens sobre a própria literatura que se tornaram a minha tese”, revelou.
O corpo de trabalho do poeta, natural do Sabugal, centra-se em várias questões essenciais, defende a autora do ensaio, uma delas “a questão do que é que fica de nós que é uma das grandes reflexões da sua obra, sobre o testemunho, a assinatura, a marca que deixa”.
Outra das marcas da sua poesia, explicou a investigadora, é “a cumplicidade entre escritor e leitor”, o que “tem tudo a ver com a vida”, uma relação que o autor fomentava “na própria obra”, implicado “diretamente o leitor” na própria obra.
“Há um artigo em que ele próprio aponta o leitor como o escritor passivo”, acrescentou.
A relação com a literatura e a memória é, segundo a autora do ensaio, outra das chaves da obra, que foi alvo de um “estudo de fundo” que levou seis anos a preparar e na qual se “apaixonou” pela poesia e conheceu o autor, vencedor do Prémio Camões em 2011.
“Um autor pode ser horrível e ter uma obra extraordinária. Aqui, a coisa maravilhosa é que a pessoa e o testemunho coincidiam na grandeza e sabedoria, o que é raro”, contou a autora, que conheceu e trocou impressões com o escritor, que descreveu como “uma das pessoas mais extraordinárias” no que toca “à ética, poética e existencial”.
O contacto pessoal com o poeta que se veio a ligar ao Porto “solidificou” a vontade de trabalhar sobre a obra do também jornalista e cronista, gerando “uma vontade imensa de ajudar a que este testemunho continue e seja lido o mais possível”.
“Foi uma grande honra e um privilégio, tinha uma generosidade extraordinária. Conversámos muito sobre a sua obra, mas muitas vezes sobre outras coisas”, contou.

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