
Segundo António Oliveira e Silva, presidente da administração do Centro Hospitalar de São João, o CPI será construído no local onde a Associação Joãozinho tinha iniciado a construção da nova ala pediátrica, financiada por fundos privados que foi, entretanto, suspensa.
O presidente da administração do São João avançou que o centro hospitalar “está em negociações com a Associação Joãozinho” para a reversão da titularidade da obra, que atualmente pertence à associação.
“Há um objetivo comum, que é a construção” do CPI, disse, esperando que este processo fique em breve concluído.
Orçada em mais de 20 milhões de euros, a obra deverá arrancar em “outubro ou novembro” e vai permitir criar, além de uma zona de internamento, “blocos, unidade de cuidados intensivos, uma unidade funcional de queimados”, entre outras valências.
A ideia é ter um serviço de pediatria “muito direcionado para o doente agudo e grave”, disse o responsável.
António Oliveira e Silva salientou ainda a importância desta obra “para as crianças”, uma vez que “permite ao centro hospitalar cumprir a sua missão”, dando uma resposta aos doentes, o que até agora tem sido feito “com dificuldade”. De recordar que a pediatria do Centro Hospitalar de São João funciona desde 2011 em contentores.
O memorando de entendimento refere que o projeto tem por princípios orientadores “a prestação de cuidados pediátricos de elevada qualidade e diferenciação técnica”, bem como “a aposta no incremento da ambulatorização de cuidados” e, entre outros, “a promoção da viabilidade e sustentabilidade do projeto, mediante obtenção de economias de escala, centralização e rentabilização de recursos”.
A ARS-N anunciou no dia 19 de janeiro que o Ministério da Saúde tinha aprovado a construção da nova ala pediátrica do Centro Hospitalar de São João. O projeto apresentado à tutela, “para além de contemplar a instalação definitiva do internamento pediátrico em instalações condignas, vai igualmente permitir que, na mesma ala, sejam desenvolvidas áreas complementares ao Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN)”, revelou na altura a ARS-N.
“Serviço de Urgência Pediátrico Metropolitano, Trauma e Doente Crítico Pediátrico e Neonatal, Unidade de Queimados, Cardiologia Pediátrica (incluindo cirurgia cardíaca), Doenças Hereditárias do Metabolismo e Centro de Referência Nacional de Oncologia (em articulação com o Instituto Português de Oncologia do Porto)”, são as áreas complementares que serão desenvolvidas na nova ala, acrescentava então a ARS-N.
O projeto “Joãozinho” nasceu em 2009 e em março de 2015 foi lançada a primeira pedra da obra pelo então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. O projetoavançou nove meses depois com a demolição de instalações junto à Urgência Pediátrica, mas a obra voltou a parar passado pouco tempo.