
A associação de municípios Quadrilátero Urbano tem, desde esta segunda-feira, um novo nome e um novo membro. Com a entrada de Viana do Castelo, o grupo que até agora juntava Braga, Guimarães, Barcelos e Vila Nova de Famalicão passa a chamar-se Pentágono Urbano — e ganha novas ambições.
Área Metropolitana do Minho volta à conversa
Para Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga e líder da associação, esta expansão pode vir a acelerar a discussão sobre a criação de uma Área Metropolitana do Minho — uma ideia antiga, mas que tem encontrado resistência.
“É incontornável dizê-lo”, afirmou, embora tenha feito questão de sublinhar que esse não é o objetivo único do novo formato. O que está em cima da mesa, para já, é uma maior articulação política e administrativa entre os cinco municípios.
São contributos que vão “solidificando laços”, criando parcerias adicionais, tornando cada vez mais articuladas as respostas e as políticas dentro destes territórios, apontou Rio, convicto de que esta rede pode evoluir naturalmente para um modelo metropolitano — “mais cedo ou mais tarde”. (via Porto Canal)
Exportações em alta e ambição à medida
Os números ajudam a sustentar a ambição: só estes cinco concelhos representam cerca de 10% das exportações nacionais e um quarto das exportações do Norte. “Temos cinco dos vinte concelhos mais exportadores do país”, destacou o autarca de Braga.
Ricardo Rio acredita que este desempenho devia merecer outro tipo de atenção por parte do poder central: “Acho que é um modelo de desenvolvimento que deveria ser replicado noutra escala e que merecia outro apoio das entidades nacionais para potenciar esse mesmo crescimento.”
Viana traz o mar — e uma nova frente estratégica
A entrada de Viana do Castelo traz uma mais-valia geográfica e económica: o Atlântico. “O mar é um vetor estratégico para todas as nações, também para a nossa, seguramente”, defendeu Rio, ao sublinhar o potencial da economia azul como área de crescimento e inovação.
Luís Nobre, presidente da Câmara de Viana, partilha essa visão. Para o autarca, o Pentágono representa uma plataforma com massa crítica para reivindicar mais protagonismo político e económico.
“Isto acho que é um indicador que nos deve posicionar e também nos capacitar para reivindicarmos a visibilidade e o reconhecimento que, naturalmente, estes cinco municípios merecem”, referiu, ao comparar o desempenho conjunto destes concelhos com o de Lisboa no campo das exportações. (via Porto Canal)
Mais do que um nome novo
A transição de Quadrilátero para Pentágono marca também uma mudança de escala e de foco. Para Luís Nobre, esta nova fase permite não só aprender com a experiência de duas décadas dos restantes membros, como contribuir com uma nova perspetiva: a atlântica.
“Acredito que seja diferenciadora, que seja uma oportunidade, essencialmente para preparar o futuro, nomeadamente em domínios como a economia do mar ou a economia azul”, disse.
A formalização do novo Pentágono Urbano deverá ficar concluída ainda durante o primeiro semestre. Entre as prioridades já alinhadas, a mobilidade está no topo da lista.