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Um polícia cantor

Um polícia cantor

O terceiro disco do “polícia do Rock” vai ser lançado em 2014, numa vertente “mais pessoal, acústica e menos provocatória”.

O gosto pela música, esse, já não é recente. Em criança, com nove anos, António tocava acordeão, mas uma descoberta feita em França, onde vivia na altura, viria a direcionar os seus gostos musicais. “Depois de ter ouvido, em algum lado, Elvis Presley e Beatles fiquei rendido ao Rock n´Roll até hoje”, confessou, em declarações à Viva. Numa carreira repartida entre a esquadra e os palcos, António rey_brandao2Brandão já soma dois álbuns, estando a preparar mais um trabalho. O primeiro disco, “Ao som do vento” (1995), surge como uma aventura pela descoberta “do mundo dos estúdios”, durante a qual o cantor teve oportunidade de trabalhar com músicos das bandas GNR e Trabalhadores do Comércio. A experiência adquirida junto desses artistas na composição-execução e na produção musical foi importante para lhe “dar asas para voar”.

O segundo disco, “Ponto de Partida”, lançado em 2012 – um pouco ao estilo dos Xutos & Pontapés, mas misturado com punk e até house music – acabou por ser um projeto de família. A filha, de três anos, participou “acidentalmente”, ao tocar, inesperadamente, no teclado, no início da gravação de um tema. “Para meu espanto, fez um efeito bonito e nem apaguei”, contou o agente da PSP, acrescentando que a esposa, que trabalha como docente, assumiu o “papel” de professora irritada no tema “Rock do copianço”, sendo que o filho Rúben, de 17 anos, é o baixista da banda. “É inédita a participação de uma família inteira num disco, mas só posso estar orgulhoso do resultado”, garantiu o cantor, revelando que o feedback do público em relação ao segundo álbum foi surpreendente, superando “todas as expectativas”.

Novo disco “menos provocatório”

Neste momento, Rey Brandão já está a preparar o próximo lançamento, previsto para 2014. O novo trabalho estará centrado numa vertente pessoal, acústica e mais emocional. “Muitas pessoas parecem não digerir muito bem músicas como “Desempregado” ou “Escravos do Estado”, onde apenas faço referências a situações da sociedade, e eu não quero ser conotado como intervencionista”, sublinhou, informando estar agora a trabalhar numa viagem pelo amor, pelas paixões e estados emocionais. Entre as novidades do terceiro álbum está a participação de Ana Luísa, uma das finalistas do programa televisivo Operação Triunfo.

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“Simplicidade”, o segredo das músicas eternas

A aposta na simplicidade das composições é uma das prioridades de António Brandão. A inspiração, essa, pode surgir em qualquer parte. “Depende muito do meu estado de espírito no momento em que componho”, explicou, destacando que uma notícia, uma ironia ou até uma brincadeira podem dar origem a uma canção. “Por vezes, até a brincar surgem coisas interessantes (…) Procuro sempre a simplicidade porque penso que é o segredo das músicas eternas”, revelou.

rey_brandao3A formação musical do agente Brandão foi realizada na Escola Nacional de Música Saint-Dié, em França, e também em Portugal, onde aprendeu a tocar guitarra e órgão. Conjugar a profissão com a paixão pela música é algo que lhe exige uma boa gestão do tempo livre. “São duas existências com personalidades muito distintas. Uma é mais rígida e firme, outra é mais liberal e ousada. O rock é liberdade e o balão de oxigénio que descomprime a alma e faz sonhar”, descreveu, lamentando que, em território luso, seja “difícil” viver da música. “Existe muita oferta e uma concorrência feroz”, notou o cantor, defendendo que, para algumas pessoas, o músico ainda é encarado como alguém que se “anda a divertir”, dispensando um salário.

Ainda assim, abrir mão de uma carreira musical não faz parte dos objetivos de António Brandão. Paralelamente ao cargo desempenhado na PSP, o cantor pretende continuar a lançar os seus temas e a conquistar o público. “Se tenho jeito para fazer alguma coisa na vida é música, e faço-a tão naturalmente como respirar”, afirmou, confessando que a sua grande meta é a de deixar uma “impressão digital no Rock português”.

Texto: Mariana Albuquerque  |  Fotos: António Brandão

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