
O novo museu judaico da sinagoga Mekor Haim abriu este domingo, no Porto, para contar a história de mais de oito centenas de anos dos judeus na cidade Invicta. A abertura do espaço foi assinalada com uma visita do historiador Joel Cleto, segundo o qual “a presença dos judeus entre nós é mais antiga do que a nacionalidade”.
As primeiras referências documentais da sua presença no Porto datam do século XII, altura em que existiu uma judiaria no coração da cidade, junto ao morro da Sé. Muito ligados ao comércio (já que certas atividades lhes estavam vedadas), os judeus concentraram-se na zona ribeirinha, perto de uma das portas da cidade “muito importante do ponto de vista comercial”. O novo equipamento propõe uma viagem no tempo pelo “terrível” século XIV, durante o qual “se assistiu a uma grande perseguição de judeus”, pelas preocupações de D. João I, que decretou um afastamento da comunidade do Porto do resto da cidade, e pela ação de D. Manuel I, que proibiu o culto judaico no país, levando muitos à conversão. Tal como reconheceu Michael Rothwell, membro da Comunidade Israelita do Porto (CIP), “durante muitas décadas nada foi contado sobre esta história”, pelo que os portugueses “sabem muito pouco sobre este povo”.
O museu está situado no primeiro andar da sinagoga Kadoorie Mekor Haim, a maior da Península Ibérica, funcionando de domingo a sexta-feira, das 09h30 às 17h30.