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Museu da Cidade no Matadouro vai acolher Coleção Távora Sequeira Pinto

Museu da Cidade no Matadouro vai acolher Coleção Távora Sequeira Pinto

Com mais de 1.100 peças de pintura, escultura, mobiliário, têxteis, objetos de uso quotidiano, entre outro tipo de peças e obras, a coleção particular de Távora Sequeira Pinto vai ser exibida na futura extensão do Museu da Cidade, a ser erguida no Matadouro Industrial de Campanhã.

O Matadouro Industrial de Campanhã, uma das futuras “estações” do Museu da Cidade, será a nova casa da coleção particular de Távora Sequeira Pinto, “uma das mais relevantes e valiosas coleções residentes em Portugal”, considera a autarquia.

A proposta do contrato promessa de comodato foi aprovada segunda-feira em reunião de Executivo Municipal, por unanimidade.

Na reunião, Nuno Faria, diretor artístico do Museu da Cidade, destacou a singularidade de algumas das peças, que partem de um conjunto que se estende de pintura, escultura, desenho, a mobiliário, têxteis, ourivesaria, objetos religiosos, objetos de uso quotidiano, artefactos exóticos, entre outros mais particulares. Adquiridas por Álvaro Sequeira Pinto, “o espectro temporal e geográfico é também ele vasto, entre a Índia, a China e o Japão, ou outros países em que a presença dos portugueses foi historicamente importante, tendo incidência nos séculos XV e XIX, mas ampliando-se à antiguidade clássica e a outras épocas”, referiu o responsável.

Segundo Nuno Faria, a coleção assenta na ideia de “contaminação e de fusão de formas, de motivos e de materiais que dão corpo a um sincretismo religioso, espiritual e cultural”, constituindo um “fascinante mosaico de influências recíprocas”. Para o responsável, este protocolo de comodato das peças não só acrescenta valor à coleção municipal, como a “projeta para um patamar de excelência internacional”, salientou.

De referir que algumas das peças desta coleção foram já apresentadas em importantes instituições, como a Europália 91, na Bélgica, o V&A Victoria and Albert Museum, em Londres, os Museus Capitolinos, em Roma, e o Asian Civilisations Museum, em Singapura. “Doravante, vão encontrar no novo espaço museológico, em Campanhã, lugar para que possam, pela primeira vez, ser mostradas no seu conjunto integral para fruição dos habitantes da cidade e daqueles que a visitam”, escreve o Porto..

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Para o diretor artístico, a extensão que se vai erguer no Matadouro de Campanhã é “pivotante” no incentivo a uma reflexão sobre o passado histórico português, “que considere os contextos e as diferentes narrativas históricas, que integre vários pontos de vista para além de uma perspetiva eurocêntrica, que as ponha à discussão, que fomente um debate descomplexado do ponto de vista social, rigoroso do ponto de vista histórico, tolerante do ponto de vista religioso, iluminado do ponto de vista espiritual, estimulante do ponto de vista museológico”, referiu.

Álvaro Sequeira Pinto, que também esteve presente na reunião de Executivo Municipal, disse estar pronto a partilhar o que considera ser “um livro em aberto que deixo para folhear páginas de sementes”, ou uma coleção rica em interrogações, em dúvidas por responder, e em diálogos.

“Estes quase 30 anos de colecionador têm sido uma enorme viagem, com inúmeros percursos, uma grande aventura de estudo e dedicação”, disse Álvaro Sequeira Pinto, acrescentando que a viagem segue agora “um novo rumo”, “que abrirá a coleção a novos diálogos, a colocará à fruição e serviço do público e a submeterá abertamente ao mundo e à ciência”.

Para Rui Moreira, a disponibilização da coleção de Álvaro Sequeira Pinto para fruição do público “é um ato de grande generosidade”. O autarca considerou-o “um dos momentos mais importantes” da sua governação, sendo que o facto de a coleção ficar visitável na freguesia de Campanhã é o “sinal último do empenho da cidade relativamente àquele território”.

Recorde-se que o projeto de reconversão do antigo Matadouro tem assinatura do arquiteto japonês Kengo Kuma, em parceria com o ateliê portuense OODA (Oporto Office for Design and Architecture). A inauguração está prevista para 2023.

O Museu da Cidade vai ter neste espaço mais uma extensão, sendo que na zona oriental serão ainda construídas, ao longo dos próximos dois anos, as extensões da Indústria, na antiga central elétrica CACE, e da Natureza, na Quinta da Bonjóia.

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