A intenção foi conhecida esta segunda-feira em Viana do Castelo pelo diretor regional de Cultura do Norte, António Ponte, durante a assinatura do termo de aceitação da candidatura “Valorização dos Caminhos de Santiago – Caminho Português da Costa” financiada em 85% por fundos do Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 aos fundos do Norte 2020.
Para além daquela classificação, já atribuída ao Caminho francês (em território espanhol) em 1993, os dez concelhos pretendem ainda “promover a classificação deste percurso de peregrinação como Itinerário Cultural Europeu”, também já atribuído ao Caminho francês em 1987.
A classificação do Caminho português da costa como Itinerário Cultural Europeu será iniciada a partir de julho de 2018 após a conclusão, em julho de 2018, do investimento de 1,6 milhões de euros da candidatura a aplicar desde “a Sé do Porto até à ponte centenária em Valença”.
Caminha é o município que receberá mais dinheiro – 269 mil euros – enquanto que a Póvoa de Varzim é o concelho que recebe a menor comparticipação da candidatura, pouco mais de 71 mil euros.
António Ponte defende que o produto turístico que o Caminho português pela costa representa é um “conceito que importa explorar, em associação”.
“Esta associação do turismo cultural, religioso e de natureza é cada vez mais importante. O mono produto não funciona, já está provado. Importa agregar um conjunto de produtos diversificados que respondam aos gostos dos caminheiros e ao gosto de grupos de caminheiros”, afirmou.
Já o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, sublinhou o caráter “inovador” da candidatura: “Colocar dez municípios de acordo com um projeto não é fácil mas fomos capazes de nos reunirmos em torno de um objetivo comum”, frisou.
A candidatura que junta os municípios do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença “foi elaborada entre abril e junho desde ano ” e vai começar a ser implementada “a partir de outubro com um prazo de execução de um ano e meio”.
O projeto prevê “a uniformização da sinalética no Caminho, a promoção do evento cultural “Sons no Caminho”, a criação de um logótipo, guias e brochuras e de um ‘website’ e aplicação móvel, a publicação de um livro científico, a requalificação de espaços, a produção audiovisual sobre o Caminho e um seminário final com os resultados do projeto”.
A rede intermunicipal “vai permitir potenciar a comunicação e promoção do Caminho Português da Costa através de uma imagem de marca única, de uma comunicação unificada, com clara racionalização de recursos, permitindo fazer mais e melhor por menos”.
Os dez municípios salientam que “o Caminho Português a Santiago é o segundo percurso mais percorrido, a seguir ao francês, e tem registado um crescimento consolidado com crescente interesse nacional e internacional”.
A candidatura foi elaborada “pelos pelouros da Cultura dos dez municípios abrangidos pelo traçado” e envolveu também técnicos da Área Metropolitana do Porto e das Comunidades Intermunicipais (CIM) do Cávado e Ave e do Alto Minho que foi validada pela Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN).