
O grupo Lionesa vai investir pelo menos 10 milhões de euros nas obras de requalificação do Mosteiro de Leça do Balio e da sua envolvente, num projeto que reúne os arquitetos Siza Vieira e Sidónio Pardal.
O projeto, apresentado esta quarta-feira, inclui a construção de um templo, da autoria de Siza Vieira, e que Joel Cleto, curador da exposição patente no mosteiro, definiu como “um convite à introspeção, de grande espiritualidade, ecuménico, para todos os credos”, e que será edificado alinhado com o mosteiro.
A obra terá “400 metros quadrados e inspira-se no Mosteiro de Leça do Balio e nos Caminhos de Santiago, devendo estar concluída no último trimestre de 2018”, informou o historiador.
“Construído em betão branco, terá no seu interior, em baixo relevo, motivos alusivos a Santiago e uma estátua, de 2,20 metros, simbolizando o peregrino”, explicou ainda Joel Cleto.
A obra está para já definida como o “templo” porque ainda não tem nome definitivo, disse Pedro Pinto, administrador da Lionesa, acrescentando que, tal como o projeto “que está aberto à opinião e sugestões da comunidade que o visitará”, o nome definitivo “poderá ser atribuído com o tempo”.
Ao mesmo tempo que esta obra de Siza Vieira, nascerá no espaço anexo o projeto paisagístico dos jardins do mosteiro, numa área de 3,8 hectares, da autoria de Sidónio Pardal. “Vai ter 14 estâncias que poderão ser utilizadas para pausas de vigília, espera, contemplação, explorando todos os seus caminhos”, explicou o arquiteto.
Ainda não há data definida para o arranque, mas Sidónio Pardal espera que “dentro de três ou quatro anos” o espaço já tenha “uma maturidade muito interessante”.
Com um “investimento inicial de 10 milhões de euros”, Pedro Pinto explicou que a dimensão do projeto “pode ir muito além do que está pensado”, admitindo a “aquisição de livros e de documentos” para o valorizar e vincando a aposta de que “o mosteiro passe a integrar as rotas turísticas”.
A apresentação do projeto incluiu a visita à exposição “Monasterium KM234”, da responsabilidade de João Machado, que poderá ser visitada de forma gratuita e guiada até ao final do ano.
Com 55 imagens artísticas e sete obras de arte, a exposição – cujo nome significa distância entre o mosteiro e Santiago de Compostela – explica a “história e as histórias que ao longo dos anos fizeram os Caminhos de Santiago”, cuja marca Pedro Pinto quer ver implantada neste investimento.