
A escritora Agustina Bessa-Luís faleceu esta segunda-feira de madrugada, no Porto, e terá sido vítima de doença prolongada.
A notícia foi avançada pela TSF, que confirmou a informação junto de Isabel Rio Novo, a autora da biografia não-autorizada da escritora, “O Poço e a Estrada”.
A escritora de 96 anos estava doente há já vários anos, na sequência de um AVC, que a afastou da vida pública.
Segundo o Jornal de Notícias, esta segunda-feira, a partir das 16h, vai ser celebrada uma cerimónia em sua memória na Sé do Porto. O funeral realiza-se terça-feira, no Peso da Régua.
Nascida a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, Agustina Bessa-Luís é autora de obras como “”A Sibila” e “Fanny Owen”. Escreveu romances, contos, peças de teatro, biografias romanceadas, crónicas de viagem, ensaios e livros infantis. Foi traduzida para alemão, castelhano, dinamarquês, francês, grego, italiano e romeno.
Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira. Exemplos desta parceria são Fanny Owen (Francisca, 1981), Vale Abraão (filme homónimo, 1993), As Terras do Risco (O Convento, 1995) ou A Mãe de um Rio (Inquietude, 1998). Foi também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria, (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).
Foi distinguida com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, a 9 de abril de 1981, tendo sido elevada ao grau de Grã-Cruz da mesma ordem a 26 de janeiro de 2006.
Em 2005, foi-lhe atribuído o título de doutor honoris causa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Em 2004, aos 81 anos, recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa, o Prémio Camões. Segundo a Wikipedia, na ata do júri da XVI edição do Prémio, pode ler-se que “o júri tomou em consideração que a obra de Agustina Bessa-Luís traduz a criação de um universo romanesco de riqueza incomparável que é servido pelas suas excepcionais qualidades de prosadora, assim contribuindo para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.