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Mobilidade Urbana Sustentável

Mobilidade Urbana Sustentável

O livro ESTAÇÃO é uma síntese dos meus 25 anos de trabalho na Mobilidade Urbana Sustentável em Portugal e nalguns pontos do Mundo. Durante este tempo, em que fui técnica, autarca e professora universitária, sempre tive como foco do meu trabalho a mobilidade e os transportes numa simbiose perfeita com o direito à cidade e à qualidade de vida urbana. Este percurso permitiu-me sentir a importância absoluta da Estação, enquanto interface e nós das redes no sistema da operação da Mobilidade Urbana Sustentável e, enquanto lugar de excelência de encontros e de afetos.

E nada melhor para falar de mobilidade, que ter encontrado o local certo para o lançamento deste livro: a sala de estar de uma das entradas da cidade do Porto e do Mundo: a Estação de S. Bento. Raros são os lugares onde de forma tão encantadora e emotiva, se dilui o desejo de chegar com o ensejo de partir, como ali.

Foi na tarde quente de 14 de julho, entre pessoas em trânsito, justamente no hall da Estação de São Bento, e numa conversa tranquila, profissional e afetiva com Júlio de Magalhães que tive o gosto e a honra de partilhar este novo Livro.

Hoje, em plena travessia de uma pandemia, entendo que este trabalho, ora apresentado em livro de grafismo tipo “linha do tempo”, ora em formato de rede de mobilidade, poderá constituir-se, como referência , para o conhecimento histórico, técnico e político de quem tem de tomar decisões em todas as escalas territoriais, da global à local.

Entre Artigos escritos e Entrevistas que me foram efetuadas e agora apresentadas, não só fica o registo do tempo da minha vida entre cidades, mas, também, o de Portugal, entre Vilas e Cidades, entre políticas e pressupostos técnicos, entre padrões de mobilidade e diferentes geografias , entre desafios e problemáticas, entre infraestruturas e pessoas, quase que numa caça louca à sobrevivência pelo direito ao território, e à qualidade de vida mais eficiente, sustentável e saudável!

E porque esta pandemia também poderá ser uma Estação num tempo coletivo onde as políticas da mobilidade ferroviária, agora de novo na agenda política, serão fundamentais para a procura inequívoca de uma mobilidade mais amiga e sustentável, um colete salva-vidas para a sobrevivência das cidades.

Não podemos continuar a gastar mais dinheiro em medidas completamente avulsas, nada articuladas, nada planeadas. É tempo de uma visão mais holística sobre o futuro das cidades, sempre numa perspetiva mais humanizada, em que as pessoas sejam o centro das políticas públicas e não as infraestruturas. Lamentavelmente, Portugal manifesta uma total ausência de planeamento urbano, associado, consequentemente, a uma ausência de planeamento da mobilidade. Estes 25 anos de desfasamento trouxe problemas irreparáveis para a qualidade de vida dos cidadãos. De resto, basta observarmos um dos problemas globais mais mediáticos do momento, o aquecimento global. Se o mundo tiver um crescimento de 4 graus o planeta fica inabitável . E as medidas implementadas, de mitigação às alterações climáticas, ainda estão a ser insuficientes, com muita dificuldade de se alterarem comportamentos e atitudes para uma nova cultura de mobilidade sustentável .

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Mas esta mudança de paradigma só será efetiva com uma boa articulação com os restantes modos de mobilidade mais urbanos, apostando de forma séria nos modos suaves, andar a pé e andar de bicicleta e criar transportes públicos em canais próprios num resgate planeado e sistematizado à infraestrutura atual do automóvel.

Por outro lado, urge uma enorme mudança de atitude, exatamente no mesmo tempo que a Europa nos permite a Bazuca e estamos a um pé de iniciar o pt2030. E acresce, ainda, esta ser a última Estação antes de Eleições Autárquicas, Estação essa que terá de lançar muitos reptos aos políticos locais para a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo.

Sabemos que as políticas de mobilidade, tão importantes na vida do planeta, ou não fossem esponsáveis por cerca de um terço das emissões, são essenciais para a mitigação dos efeitos nefastos, com repercussões diretas na saúde pública, e, consequentemente, do tempo pandémico à escala global.

Assim, enquanto uns tratam dos enfermos face a um covid que mata células humanas, outros, como nós, planeadores das cidades ou decisores políticos sobre o futuro das cidades, temos de cuidar das cidades como células vivas, podendo aplicar o método de acupuntura urbana como forma de revitalizar o nosso território, introduzindo vida nas células urbanas.

É de um território urbano que se quer humano, entre tempos e lugares que se cruzam, num período incrível da nossa história coletiva, que quero partilhar a minha vida entre cidades nestas últimas duas décadas e meia.

Paula Teles
Engenheira

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