“Segunda Oportunidade” é o nome do programa criado pelo Governo, que teve por base o caso de sucesso da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos, um projeto pioneiro no país lançado em 2008, e que, em 2017, venceu o Prémio Manuel António da Mota.
De acordo com o despacho publicado terça-feira em Diário da República, o programa “Segunda Oportunidade” visa a “intervenção junto de jovens, que abandonaram o sistema educativo e em risco de exclusão social, proporcionando-lhes formação qualificada dirigida às suas necessidades, expetativas e interesses específicos, em alinhamento com o mercado laboral local, beneficiando ainda de um acompanhamento de forma próxima ao desenvolvimento da sua autonomia e integração socioprofissional”, já a partir do ano escolar 2019/2020.
Na base deste programa do Governo esteve a Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos, segundo indica a Câmara Municipal de Matosinhos.
A Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos é “dirigida a jovens entre os 15 e os 25 anos, residentes nos concelhos do Grande Porto, em risco de exclusão social, com baixos níveis de qualificações e que não encontram resposta adequada nos processos formais de educação/formação”. O projeto resultou de uma parceria estabelecida entre a Câmara Municipal, a Associação para a Educação de Segunda Oportunidade e o Ministério da Educação.
Trata-se de uma resposta socioeducativa de transição, de formação e certificação, onde se privilegia a aquisição de competências pessoais e sociais básicas, a formação vocacional, integrando práticas profissionais em contextos de trabalho, a educação artística e as novas tecnologias como instrumentos de motivação e de organização das aprendizagens e, em geral, a construção de projetos de vida mais satisfatórios.
A Escola de Segunda Oportunidade atua em várias áreas relevantes da vida dos jovens, nomeadamente a integração familiar, a saúde, a sustentação económica, o alojamento, os consumos de drogas, os problemas de justiça, o emprego. Passaram já por esta Escola mais de 600 alunos.
Segundo indica a Câmara Municipal de Matosinhos, além do investimento nas obras de reconversão das instalações da antiga EB do Telheiro, em S. Mamede de Infesta, no valor de 300 mil euros, a autarquia já alocou para este projeto cerca de um milhão de euros.
“Para a Câmara Municipal, a decisão do Governo é o reconhecimento do trabalho de 11 anos da Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos e a concretização de um sonho de integração deste projeto na rede pública de educação”, considera a edilidade.
A autarquia relembra ainda que, entre 2015 e 2017, presidiu à Direção da Rede Europeia de Cidades e Escolas de Segunda Oportunidade, tendo-se empenhado na construção de uma Rede Nacional de Escolas de Segunda Oportunidade, “que com a publicação deste despacho ganha condições para se concretizar face à expetativa do desenvolvimento de outros projetos noutros contextos do país”.
Foto: CM Matosinhos
