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Mariana Patacas: “A reação costuma ser positiva, às vezes estranha-se mas depois entranha-se”

Mariana Patacas:

Neste mês de março, a “Protagonista” da VIVA é Mariana PTKS. É este o pseudónimo de Mariana Patacas, artista urbana e visual nascida no Porto. Desde cedo explora técnicas de pintura tradicionais, do óleo à aguarela, ensinamentos que depois transporta para a pintura mural e digital. 

A sua obra gravita em torno do cosmos e as suas infinitas possibilidades, utilizando paletas de cores vibrantes e formas ondulantes que formam paisagens oníricas com a capacidade de, por momentos, nos transportar para outra realidade.

Já criou arte urbana em vários países da Europa

É formada em Artes Visuais e os seus murais podem ser vistos um pouco por todo o país, mas também já realizou intervenções em países como a Bélgica, Grécia e França. Em conversa com a VIVA, contou-nos um pouco mais sobre o seu percurso.

Em 2014, no final da sua licenciatura, começou a explorar o graffiti tradicional, fazendo experimentações com sprays e iniciando-se no lettering e bombing, as letras que por vezes se veem nas autoestradas. 

“Mais tarde comecei a fazer as primeiras intervenções de arte urbana na rua, principalmente colagem de posters em homenagem aos grandes ícones do rap português”, recorda a artista.

Com o tempo, o foco de Mariana Patacas mudou, afastando-se do graffiti convencional para se dedicar à arte urbana, sobretudo através da criação de murais com forte impacto na comunidade. 

“Neste momento já não faço graffiti propriamente dito, apenas partilho o meu conhecimento nessa área através de workshops. Acabei por me focar mais na arte urbana, por testemunhar o impacto que um mural pode ter numa comunidade e/ou num espaço. Adicionalmente, fui desenvolvendo a minha própria linguagem através dos anos” – explica.

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Há um tributo aos Dealema em Ramalde com a sua assinatura

A cidade do Porto tem sido palco de algumas das suas criações, embora, neste momento, a artista conte apenas com uma obra na Invicta, situada em Ramalde. “Surgiu da localização da parede que me foi atribuída. Ramalde foi um local importante na história desta banda”, revela 

Questionada sobre o gosto de intervir artisticamente na cidade onde nasceu, Mariana Patacas não nega esse gosto especial, em entrevista à VIVA. As reações do público às suas obras costumam ser positivas, embora o impacto inicial possa gerar estranheza, conforme refere. 

Mariana Patacas afirma que “a reação costuma ser positiva, às vezes estranha-se mas depois entranha-se”. “Já tive oportunidade de conhecer personagens interessantes ao longo dos anos”, partilha.

Se pudesse escolher um local específico para uma nova intervenção artística, a artista urbana não hesita: “Na baixa do Porto, por ser o sítio onde nasci”. A relação com a cidade e a sua paisagem urbana é forte, mas reconhece que o graffiti ainda é alvo de alguma incompreensão. “O graffiti não é para todos, mas é uma característica intrínseca da cidade moderna”, reflete.

Paste-up nas ruas do Porto

Ao longo da sua trajetória, desenvolveu um estilo próprio, marcado pela cor como elemento principal. “É algo que vem com a experiência e o trabalho. A minha linguagem pode ter-se alterado ao longo dos anos, mas manteve sempre a cor como elemento principal”, observa, referindo-se à evolução da sua identidade artística.

Para quem deseja conhecer melhor o seu trabalho, há diferentes formas de o fazer. “Em galerias como a Ap’arte, em Miguel Bombarda, podem adquirir obras originais, ou visitar as minhas redes sociais para acompanhar o meu projeto”, indica.

Há quem diga que “o futuro só a Deus pertence”, mas Mariana Patacas destaca um grande objetivo ainda por concretizar. “Gostava de um dia poder ter trabalhos em todos os continentes”, confessa.

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