O presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, vai pressionar o Governo para “agilizar e acelerar” a remoção dos resíduos tóxicos de S. Pedro da Cova. “Neste momento estamos a preparar uma exposição ao Ministério do Ambiente para que agilize os mecanismos que tem ao seu dispor, nomeadamente ultrapassando a questão burocrática do concurso, para que rapidamente essa remoção que está programada (…) possa ser agilizada e acelerada”, afirmou, ontem, o autarca.
A decisão do socialista surge no dia em que a Comissão Europeia instou Portugal a limpar definitivamente as “elevadas quantidades” de resíduos tóxicos nas minas desativadas, tendo mesmo ameaçado recorrer para o Tribunal de Justiça dentro de dois meses. Além disso, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) também anunciou esta quarta-feira estar “impedida” de prosseguir com o processo para a remoção dos resíduos devido ao pedido de impugnação e providências cautelares ao concurso público interpostas em tribunal.
O presidente da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, Daniel Vieira, já tinha apelado ao governo, ao início da manhã, para que este olhasse para S. Pedro da Cova como “um caso de emergência pública”. “Esta posição da Comissão Europeia só vem reforçar a nossa posição e, na nossa opinião, é uma ajuda válida para que esta situação, que nunca devia ter acontecido e que é mais uma ilegalidade que aconteceu em Gondomar nos últimos anos, possa ser rapidamente ultrapassada”, defendeu Marco Martins.
De recordar que, em maio de 2001 e em março de 2002, terão sido depositados a céu aberto, numa antiga mina na freguesia de S. Pedro da Cova, sem qualquer tratamento, milhares de toneladas de resíduos altamente perigosos, com teores elevadíssimos de chumbo, cádmio, crómio, arsénio e zinco.