Numa sessão integrada no ciclo fotográfico e de cinema documental Imagens do Real Imaginado, o mais velho realizador em atividade, que comemora o aniversário a 11 de dezembro, falou das dificuldades de financiamento para o seu próximo filme, “O Velho do Restelo”, patenteadas pelo cineasta numa entrevista à revista francesa Cahiers du Cinéma. “Fazer este filme é como ganhar uma batalha: é difícil. A conjuntura económica trava e fragiliza a montagem financeira do filme”, salientou, à revista francesa.
A sessão no auditório da biblioteca Almeida Garrett destinava-se ao lançamento de um livro, “Aniki-Bóbó: Enfants dans la ville”, a uma conferência do escritor Mário Cláudio, subordinada ao tema “Manoel de Oliveira, um chão comum”, e à exibição do filme realizado em 1942, mas transformou-se numa manifestação de afetos pela figura do cineasta. Presente na cerimónia esteve o novo presidente da Câmara, Rui Moreira, que afirmou que “os seus filmes e o que espelham a sua visão da vida e do país, marcam a história do cinema europeu e mundial”. Para o autarca, Aniki-Bóbó “faz parte da história do Porto” e “uma cidade não pode fazer melhor homenagem a um autor do que se sentir na sua obra e se comover, mesmo passados 70 anos, com a sua reposição, uma e outra vez”.