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Livro “Carvão de Aço” em memória de mineiros de Pejão publicado no 1º de Maio

“Carvão de Aço” é um “memorial” de fotografias sobre as Minas do Pejão que o fotojornalista Adriano Miranda captou há 25 anos e que vai ser lançado no dia 1 de maio, em Castelo de Paiva.

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O percurso de um turno de trabalho dos mineiros das 8h às 15h e que termina na hora do banho é a narrativa escolhida para o “Carvão de Aço”, uma obra que, avança a Lusa, reúne 140 imagens fotografadas a preto e branco na época dos negativos e da câmara escura, que foram captadas por Adriano Miranda a 410 metros de profundidade apenas com as luzes das lanternas nos trabalhadores.
“Não é um livro normal. O livro vai ser todo preto, desde a capa à contracapa. É como se fosse uma peça de carvão. Não há miolo, nem margens brancas. O branco que existe é apenas das fotografias. Tudo preto para se sentir a intensidade da mina”, descreveu o fotojornalista em entrevista a agência Lusa.
Adriano Miranda vai revelar no dia 1 de maio, Dia Internacional do Trabalhador, a convite da Câmara Municipal de Castelo de Paiva e com o apoio dos fundos europeus do Portugal 2020, um trabalho que realizou ao longo de três anos enquanto estudava fotografia no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa.
O autor da obra confessa que fez amigos nas Minas do Pejão, um local que se tornou uma espécie de vício durante quase três anos, o período que demorou a realizar o trabalho fotográfico, deslocando-se de Lisboa para Castelo de Paiva, para descer na “jaula” (elevador), a 410 metros de profundidade e fotografar os mineiros, homens “fortes” e “franzinos”, “novos” e “velhos”, e que “tinham um orgulho de aço” em ter a profissão de mineiro.
Guardados na gaveta há 25 anos, os “milhares de negativos” de Adriano Miranda foram agora digitalizados e, durante a seleção das imagens para o livro, o fotógrafo encontrou “muitos tesouros” e fotografias inéditas, como o de uma jovem mulher mineira, que vão ser publicadas no “Carvão de Aço”.
À margem da publicação do “Carvão de Aço”, a localidade de Castelo de Paiva vai inaugurar também, no mesmo dia, uma exposição fotográfica, com uma seleção de 20 imagens a preto e branco, de Adriano Miranda, com 1,2 por 0,8 metros, que depois vai circular pelo país todo, conta o fotógrafo.
Em 1994, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, deu-se a chamada “revolta dos mineiros das Minas do Pejão”, onde cerca de 500 trabalhadores ficaram no desemprego depois do encerramento das minas, por orientação da Comunidade Europeia.

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