“Notas da covid-19” assim se intitula o novo livro de Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores, a propósito do “aterrorizador golpe” que o novo coronavírus provocou na vida de todos os cidadãos, e que deverá ser apresentado no próximo mês de setembro.
“Este vírus mostra-nos o quanto tudo é secundário, os nossos problemas – pessoais, sociais ou profissionais – passam para segundo plano e sobressai com nitidez o que de verdade importa: a sobrevivência, a nossa e a de todos. Acho que deter esta pandemia é responsabilidade de todos e de todas. Se te protegeres, proteges as outras pessoas. Com o medo de morrer os portugueses mudarem de atitude, saíram da sua zona de conforto, têm sido solidários e obedientes. Acho que os portugueses iniciaram uma relação de ódio ao vírus, estão lentamente a domar o seu medo para viver e amar com liberdade”, sublinha um excerto da obra, avançado, entretanto, à imprensa.
Em conversa com a VIVA!, o autor revelou que foi começando a escrever e a publicar algumas notas na sua página de facebook, que, rapidamente, tiveram uma “enorme adesão”, e fez com que fosse desafiado pelos seguidores a “arquivar e catalogar o que tinha escrito”. “Um dos textos sobre o «Medo» foi-me pedido para uma coletânea na Editora Chiado sobre a covid. Quando dei por ela tinha algo interessante que poderia dar em livro e assim aconteceu. A editorial Novembro propôs-me publicar em livro”, sublinhou.
A propósito da principal mensagem que transmite o livro, Joaquim Jorge não tem dúvidas: temos que mudar de vida e mudar os nossos hábitos de viver. “Nós vivíamos como se o mundo acabasse amanhã, mas felizmente não acaba. Daí, deve viver-se com mais serenidade, consumir menos e dar valor aos pequenos grandes prazeres da vida. Ligar mais ao Ser, em vez do Ter”, percebendo que, efetivamente, “se consegue ser feliz, de outro modo e de outra maneira”.
“«Notas da Covid-19» é um diário feito ao longo do tempo no período mais difícil de se viver, sem pretensiosismo é um registo pessoal do autor com a sua forma polemista de se exprimir”, conclui.