O Porto e a Galiza voltaram a reforçar a sua posição conjunta na defesa da Linha de Alta Velocidade Porto-Vigo, um projeto estratégico que promete reduzir o tempo de viagem entre as duas cidades para apenas 50 minutos. Durante o encontro Conectando el Noroeste, realizado esta quarta-feira, 26 de fevereiro, em Vigo e organizado pela Confederação Empresarial de Pontevedra, o Governo português garantiu que a infraestrutura estará concluída em 2032.
Miguel Pinto Luz aponta “baterias” para 2032
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou a importância da ligação ferroviária para o desenvolvimento da região, lembrando que “os países não acabam nas capitais” e que o Norte da Península Ibérica necessita de investimentos estruturantes para potenciar a sua competitividade.
A resposta do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, foi clara: “Esta ligação não é um estudo”, “é uma concretização”. “Vamos fazer o investimento e concluir em 2032”. O governante sublinhou que, além de impulsionar a mobilidade transfronteiriça, a ferrovia trará ganhos ambientais significativos, com a redução de 50.000 a 70.000 toneladas de emissões de CO₂ por ano.
O compromisso do lado espanhol também foi reafirmado pelo presidente da Xunta da Galiza, Alfonso Rueda, que apelou à urgência da execução do projeto em ambos os lados da fronteira, alertando que “seria terrível ver avanços de um lado da fronteira e não chegarmos a tempo”.
Uma ligação determinante para a economia regional
A criação desta linha de alta velocidade insere-se numa visão estratégica para transformar o Noroeste Peninsular num polo económico central da Europa. O presidente da CCDR-Norte, António Cunha, lamentou que “O Norte de Portugal e a Galiza continuem a ser vistos como periféricos”., quando na realidade a eurorregião gera um PIB superior a 100 mil milhões de euros e movimenta cerca de dois mil milhões de euros em intercâmbio comercial.
Diariamente, 43 mil trabalhadores cruzam a fronteira entre Portugal e Espanha, e o reforço da conectividade será essencial para dinamizar a economia, atrair investimento e potenciar o turismo. Jorge Cebreiros Arce, líder da Confederação Empresarial de Pontevedra, enfatizou que “um dia sem infraestruturas adequadas é um dia perdido”, defendendo que esta ligação contribuirá para o crescimento do emprego e da riqueza na região.
O tempo “é agora”
Rui Moreira destacou que este é o momento certo para concretizar o projeto, referindo que “a Europa das cidades precisa de infraestruturas limpas e sustentáveis”. Apesar de reconhecer a importância da ligação Lisboa-Madrid, o autarca salientou que a procura na rota Porto-Vigo é sete vezes superior.
A mensagem foi clara: o tempo de espera acabou, e 2032 será o ano em que esta ambição histórica se tornará realidade.
