
A primeira exposição do britânico em Portugal estreou-se em janeiro e vai ocupar a sala central do museu de Serralves até ao próximo ano, com quatro fases no total, apresentando-se, na sexta-feira, a segunda parte do projeto, que se traduz numa “maquete” de um edifício que Gillick concebeu para ser um centro social em Milão, em 1993, mas que nunca chegou a ser concretizado.
Gillick explicou que, há 23 anos, o projeto foi concebido como “um edifício concreto que se poderia tornar em algo realmente necessário [em Milão], um centro social”, mas estava inserido “numa estética pós-moderna que não carregava consigo a dinâmica social”, pelo que foi rejeitado, na altura.
Esta segunda parte de “Campanha” é, então, algo como o “oposto” de “Factories in the snow”, que ocupou o mesmo espaço de Serralves entre janeiro e o passado domingo, ou seja, “é a imagem de algo que nunca aconteceu”.
Gillick confessou que tem vontade de tirar uma fotografia ao projeto e enviar para quem rejeitou a ideia há mais de 20 anos em Itália, mas reconheceu que “é tarde demais” para a sua concretização.
Pela maquete estão inscritos nomes de canções quer dos Joy Division, quer dos AC/DC, remetendo, de acordo com Gillick, para um cultura tribal na qual nasceu e cresceu em que “não se podia gostar de AC/DC e de Joy Division” em simultâneo, era preciso optar.
A inauguração oficial de “Campanha” tem lugar esta sexta-feira à noite, contando com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Cultura, João Soares, anunciou a presidente do Conselho de Administração da Fundação de Serralves, Ana Pinho.