Revisitar a obra de Gérard Castello-Lopes é ter a oportunidade de voltar a olhar para Portugal e para o mundo dos anos 50 e 60, mas é também “olhar” já com uma distância crítica para as imagens que produziu a partir dos anos 90.
Na sua obra, descreve o portal do Porto, tudo “parece ter-se preparado para ser fotografado”. Castello-Lopes examina com “minúcia a realidade” atento a todos os sinais e olha o mundo não como este é, mas como ele o quer ver, como se uma misteriosa ordem estivesse à espera deste seu olhar para ser reconhecida e revelada.
Uma curiosidade: nascido em França, onde viria também a falecer em 2011, Gérard Castello-Lopes era filho do fundador da distribuidora Filmes Castello-Lopes e foi também cofundador do Centro Português de Cinema.
Teve a oportunidade de dividir-se entre a fotografia e o cinema e, em relação ao reconhecimento da sua obra fotográfica, chegou a declarar que não se considerava “excecional ou muito bom fotógrafo”.
A exposição ficará patente na Leica Gallery Porto, na Rua de Sá da Bandeira, até 28 de junho, e pode ser visitada de segunda-feira a sábado, entre as 10 e as 19 horas.