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Karaté

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Com sede no Porto, a APKS foi criada em 1974 pelas mãos do mestre Marcelo Azevedo e, desde então, não parou de sensibilizar os cidadãos para um desporto ainda pouco divulgado. Com a máxima “Shukokai” sempre presente – palavra japonesa que, em português, significa “uma via para todos” – a entidade assumiu o compromisso da formação de jovens e da prática de Karaté. “É uma associação que está inserida na Federação Nacional de Karaté e na Federação mundial de Karaté Shukokai, que é a Kimura Shukokai International. Temos cerca de mil associados e todos os anos participamos numa prova internacional”, explicou o vice-presidente da APKS, Carlos Rodrigues.

O responsável, que pratica Karaté desde os 12 anos, exercendo, agora, funções de árbitro, foi um dos 23 elementos da comitiva que esteve nos Estados Unidos em defesa do nome nacional. Ainda assim, levar os competidores à prova não foi tarefa fácil, exigindo-se um grande esforço económico tanto da associação como de alguns atletas. Aliás, seis pessoas do grupo tiveram de pagar os seus próprios custos de deslocação. Contudo, superados os obstáculos, a seleção nacional afirma estar satisfeita com os resultados conseguidos, garantindo que, a partir de agora, há que começar já a pensar nas próximas provas.

karate_212 medalhas e novos títulos mundiais na bagagem

O saldo da participação portuguesa no Campeonato do Mundo foi “claramente positivo”. Além das 12 medalhas conquistadas, sete de ouro, duas de prata e três de bronze, a equipa feminina arrecadou o título de campeã do mundo em Kata, “que é a simulação de combate com vários adversários”. Depois, a nível de equipas, a sénior masculina ficou em segundo lugar, numa disputa da final com a África do Sul, que começou a perder por 2-0, mas acabou a vencer por 3-2. “Foi muito bom porque estamos a falar de um campeonato do mundo onde estão representados 20 países, com cerca de 600 atletas”, notou Carlos Rodrigues.

Ainda assim, a final de equipas ficou-lhes “atravessada”, tal como afirmou o competidor Diogo Guincho. Por isso, a motivação para vencer dentro de dois anos é, agora, maior. Em termos pessoais, o atleta sagrou-se campeão do mundo na sua categoria. “Não é a primeira vez que participamos neste tipo de campeonatos. Trata-se de uma prova bianual e eu estou no segundo título mundial. Já em 2004 fui campeão do mundo nesta categoria. Depois disso, fiquei perto e, este ano, recuperei o título”, contou o jovem, licenciado em desporto.

Tiago Guincho, outro competidor da região do Porto e irmão de Diogo, foi vice-campeão na respetiva categoria, tendo disputado a final com outro português. A união e o espírito de equipa foram, para o gestor, das sensações mais presentes durante o campeonato. “A equipa sénior que foi representar Portugal já trabalha há quase dez anos, embora os atleta sejam de deferentes zonas do país: aqui no Porto somos dois, depois há dois de Lisboa e um de Coimbra”, contou à Viva. “Somos muito unidos e, no início desta época, quando nos propusemos a investir tempo e empenho na ida aos Estados Unidos, a união voltou a reforçar-se”, acrescentou, defendendo que os troféus e prémios arrecadados estiveram ao nível daquilo que a seleção esperava.

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karate_3“Portugal já participa para ganhar”

Tiago e Diogo cresceram, dentro da modalidade, sempre envolvidos por um espírito competidor. “Já fazemos competição sénior há dez anos e sempre que entramos numa prova sentimos que é a primeira vez”, assumiu Tiago, realçando que a Associação Portuguesa de Karaté Shukokai atua já com a garantia de que a sua seleção pretende não só participar mas também vencer. “Portugal vai a estas competições para ganhar, já nem é apenas para participar”, garantiu.
Mas a ânsia de vitória é diretamente proporcional ao trabalho de preparação desenvolvido pelos atletas. “Vivemos as provas de forma muito intensa porque também trabalhamos para isso. Há um sacrifício muito grande durante todo o ano”, garantiu Diogo, acrescentando que, “se por um lado, nos fins de semana de treino há muito desgaste físico e financeiro, por outro, há um trabalho diário que exige muito empenho”.

Assim, para a edição deste ano do Campeonato do Mundo, a seleção começou a treinar em setembro, intensificando o trabalho em março. Além dos treinos realizados aos fins de semana, a prática de karaté exige uma preparação diária. “Sou gestor, tenho um horário convencional e, após o dia de trabalho, tenho de conseguir ter disponibilidade mental e física para treinar ao mais alto nível”, referiu Tiago, salientando que, por vezes, é difícil conciliar a vida pessoal e profissional com a prática da modalidade. No entanto, o “bichinho” do karaté acaba sempre por falar mais alto, razão pela qual a seleção não pretende desistir do trabalho iniciado por Marcelo Azevedo no momento da criação da APKS.

Depois de terem sido campeões do mundo em 2008 e de terem chegado à final na edição deste ano da prova, os atletas já só pensam no próximo campeonato, que vai decorrer em Joanesburgo, na África do Sul. “Vamos continuar a treinar e a acolher elementos que apareçam para que consigamos ter, daqui a dois anos, um grupo ainda mais forte”, sublinhou Tiago Guincho. Entretanto, ainda antes dessa “prova de fogo”, a seleção da associação vai entrar, para o ano, noutra prova internacional mais pequena, “de âmbito quase europeu”, que se vai disputar na Finlândia.

Mariana Albuquerque
Fotos: Associação Portuguesa de Karaté Shukokai

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