
O portuense Diogo de Oliveira entrou na dança aos dez anos por sugestão dos tios e atuais professores, Alexandre Oliveira e Sílvia Boga. “Desde o início demonstrou capacidades, não só físicas como intelectuais e emocionais, para ter um percurso bem-sucedido”, facto que já lhe permitiu arrecadar diversas distinções nos últimos quatro anos nos concursos internacionais em que participou.
O convite para assim se tornar no primeiro português a ingressar na escola de dança da Ópera de Paris surgiu em abril, em Nova Iorque, onde decorreu a Youth America Grand Prix – considerada como a maior competição mundial para estudantes de ballet -, na qual ficou classificado como um dos seis melhores solistas seniores.
“Fiquei muito feliz mas fiquei surpreendido, [porque] não estava mesmo nada à espera de receber um convite desta dimensão. É uma escola muito conceituada e é bastante complicado conseguir entrar”, confessou à agência Lusa Diogo Oliveira, não escondendo que a dança exige muito esforço e dedicação, mas é o que de facto gosta de fazer.
Voar para a capital francesa com uma bolsa de estudo “é uma mudança que é importante, porque permite depois, com maior facilidade, arranjar trabalho” nesta área, destacou o jovem bailarino, que durante os próximos dois anos ficará alojado em regime de internato nas instalações da Ópera de Paris.
Para além de valorizar o trabalho que é desenvolvido naquela escola que tem mais de 300 anos, o jovem destaca também as oportunidades que lhe poderão surgir, porque, “infelizmente, acabar a formação em dança em Portugal não significa ter facilidade no futuro em arranjar emprego”.
O jovem bailarino é o primeiro português a ingressar naquela instituição. “Acho que vai ser uma experiência bastante positiva. Vou ter o dia a dia bastante ocupado, [com] ensino regular de manhã e à tarde várias aulas de técnicas”, como clássica, contemporânea, pas de deux, disse Diogo.
O bailarino já recebeu ofertas da Academia Bolshoi, School of American Ballet, escolas estatais de Viena (Áustria), Munique e Berlim (Alemanha), Mónaco, Zurique (Suíça) e English National Ballet (Inglaterra), entre outras, e dedica entre cinco a seis horas por dia à dança, esperando “estar entre os melhores” nesta nova etapa de vida.