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Jornalismo constituiu uma “arma eficaz” no combate à pandemia

Jornalismo constituiu uma “arma eficaz” no combate à pandemia

Um estudo realizado por três universidades e um centro de investigação portugueses, sediado na Universidade do Porto, revela que o jornalismo constituiu uma “arma eficaz” no combate contra a covid-19. 

Depois de analisarem cerca de três mil notícias publicadas durante as várias vagas pandémicas em Portugal, as entidades verificaram que a cobertura noticiosa foi “muito intensa” ao longo da primeira vaga. Uma medida que, de acordo com o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), contribuiu para que os cidadãos “orientassem o seu comportamento no sentido de se protegerem”. 

“Na primeira vaga, a situação epidemiológica não era tão grave quanto pensávamos, mas a cobertura noticiosa foi muito intensa e antecipou-se ao agravamento do quadro sanitário, contribuindo para orientar o comportamento dos cidadãos no sentido de se protegerem”, adiantou, em entrevista à Agência Lusa, Felisbela Lopes, investigadora da Universidade do Minho e coordenadora do trabalho. 

 “O número de notícias sobre a covid-19 publicadas na primeira vaga foi três vezes maior do que na terceira vaga, num período equivalente”, indicaram os investigadores, notando uma clara diferença entre a “pressão noticiosa” da primeira e das restantes vagas. 

No que respeita aos temas em destaque, o estudo concluiu que também “sofreram alterações”. “Na primeira vaga, além dos retratos epidemiológicos, as notícias focaram sobretudo temas de índole social (21%), nomeadamente em torno do trabalho e da educação. Contudo, na segunda vaga, os holofotes mediáticos escamotearam os temas sociais (7%) e voltaram a focar-se na política nacional (20%)”, lê-se na notícia divulgada. 

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Na segunda vaga, adianta, assistiu-se também a um aumento de notícias sobre “investigação médico-científica, sobretudo por causa das expectativas em torno dos ensaios clínicos das vacinas contra o Sars-Cov-2 (9%)”.  

Por sua vez, a terceira vaga terá sido “marcada por um noticiário particularmente negativo, que se debruçou sobre os Retratos de Situação (23%), nomeadamente no que concerne à contagem de mortos por covid-19”. 

O estudo mostrou ainda um aumento de fontes durante os períodos em análise, com os profissionais e especialistas a “ganharem terreno”. Quando o assunto é covid-19, os investigadores indicam que as fontes oficiais são mais ouvidas – com resultados que oscilam entre os 22 e os 29%. Seguem-se os profissionais de diferentes áreas e especialistas, com uma percentagem que ronda os 20 e os 25%. 

Para Olga Magalhães, investigadora do CINTESIS é importante “saber manter estas fontes no espaço mediático depois da pandemia”. “Elas contribuem para a qualidade do Jornalismo e mostraram ter respostas que a Política e as fontes oficias não detêm”, considera. 

O estudo envolveu ainda a Universidade do Minho, a Universidade de Coimbra e a Universidade Católica Portuguesa. 

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