
Tocou só, acompanhado e cedo se “agarrou” ao piano, tornando-se posteriormente um punk rocker com cara de anjo mau… Falamos de Jorge Palma que abriu para um auditório esgotado o seu baú das memórias em mais uma sessão do “Dar Letra à Música”.
Palma passou por todos os excessos característicos de um rocker, sobrevivendo para contar a história de forma deliciosa e bem disposta. Tocou em Espanha, e em outros países, com Dylan e Paul Simon na bagagem e “orientou-se”.
No final dos anos 70, tocar no metro ainda dava bom dinheiro. “Era uma época de ouro”, como recordou. “Quelque choose pour la musique?”, era a pergunta dominante.
Teve uma formação clássica, acabando por afastar-se deste género musical. “O imaginário dos Stones era mais apelativo” (risos).
Quando saiu de Portugal, no início dos anos 70, Jorge tinha a consciência de que saía de um país fechado. Quando se deu a navegar por novas paragens sentiu uma abertura ímpar, na qual a “liberdade foi uma constante”.
Passou pelo rock sinfónico, com influências dos Génesis, por uma aprendizagem na escrita com Ary dos Santos e até fez arranjos para os Maranata. Bastante eclético, portanto.
Foi senhor do Palma´s Gang, sempre orientado por uma atitude “sem preconceitos”.
A noite terminou em beleza com Rui David, que interpretou e concorreu ao festival da canção com um tema de Palma. “A gente vai continuar” foi a despedida.