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IPO-Porto defende tratamento de tumores raros em unidades especializadas

IPO-Porto defende tratamento de tumores raros em unidades especializadas
Num encontro sobre Sarcomas realizado hoje no IPO/Porto, especialistas defenderam a necessidade de concentrar o tratamento dos sarcomas de tecidos moles e outros tumores raros em centros de referência para garantir a melhoria dos resultados terapêuticos.

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Segundo os especialistas, o tratamento deste tipo de tumores é muito complexo e deve ser efetuado por equipas multidisciplinares especializadas, em hospitais que disponham dos recursos e da experiência necessários para a abordagem correta deste tipo de tumores.

O diagnóstico preciso e o primeiro tratamento são fatores determinantes para o prognóstico da doença, que apresenta uma taxa global de sobrevivência que não ultrapassa os 50% aos cinco anos.
“Por ser tão raro, há hospitais que apenas tratam um caso destes por ano, não tendo a experiência necessária para prestar o melhor tratamento. Consideramos que só as instituições de saúde que estão preparadas para o diagnóstico e tratamento adequados aos sarcomas devem receber pacientes portadores destes tumores. Unidades hospitalares como o IPO-Porto, com experiência com utentes nesta situação deveriam ser as únicas instituições responsáveis pelo tratamento da doença”, defendeu Augusto Moreira, especialista do Serviço de Oncologia Cirúrgica do IPO-Porto e promotor do curso.
“Estes tumores são em cerca de 50% dos casos fatais e um tratamento multidisciplinar especializado poderá resultar numa diminuição desta taxa”, acrescentou.
As últimas estatísticas oficiais disponíveis, de 2008, revelam que “no norte do país só existiram 182 casos durante esse ano” com esta patologia.“Se num ano surgem 182 sarcomas no norte do país, se esses casos se espalharem por dez hospitais, quer dizer que cada hospital tratará 18, o que é claramente insuficiente”, afirmou o oncologista.
As recomendações internacionais defendem que “os centros que tratam sarcomas de partes moles, devem tratar pelo menos 100 por ano e pelo menos 50 sarcomas de ossos. Se nós tivermos no norte do país 182, quer dizer que se houvesse só um centro estaria bem, se existirem dois já é dividir demasiado a experiência”.
“O ideal seria direcioná-los para um centro que tivesse experiência, que tratasse muitos casos destes e que, quer do ponto de vista de diagnóstico, quer de tratamento conseguisse obter melhores resultados”, realçou Augusto Moreira, referindo também uma “maior racionalidade de custos”.
Os sarcomas podem surgir em qualquer sítio do corpo humano, sendo mais frequentes nos membros e abdómen. A origem deste tipo de tumores é desconhecida, e manifestam-se de forma pouco específica, muitas vezes pouco valorizada, o que leva a diagnósticos tardios. O tratamento é feito com base em recursos como cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
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