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Investigadoras do Porto criam dispositivo que permite deteção precoce do cancro através de gota de sangue

Investigadoras do Porto criam dispositivo que permite deteção precoce do cancro através de gota de sangue

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Investigadoras do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) estão a desenvolver dois dispositivos “autónomos e baratos” que vão permitir a deteção precoce do cancro, através de uma amostra composta por uma gota de sangue.

De acordo com Goreti Sales e Lúcia Brandão, responsáveis pelos projetos, o objetivo é criar dispositivos de fácil manuseamento, semelhantes aos utilizados para a leitura da glucose em pessoas com diabetes, mas que necessitam apenas da tira de glucose e não precisam da caixa de medida elétrica.
O projeto 3 P’s (plastic antibodies, photovoltaics, plasmonics), liderado pela investigadora Goreti Sales, do laboratório BioMark, que pertence ao ISEP, engloba três áreas do conhecimento que “nunca se encontraram antes”.
Nesta investigação, pretende-se juntar anticorpos plásticos a células fotovoltaicas (dispositivo elétrico em estado sólido, capaz de interagir com biomarcadores do cancro e de converter a luz em energia elétrica de forma interdependente) e, de seguida, a estruturas plasmónicas (que aumentam a eficiência da célula fotovoltaica).
“A leitura da amostra de sangue vai dar origem a uma cor, que vai permitir ao médico verificar se o paciente tem um biomarcador (biomolécula que circula no nosso organismo) alterado e indicar a necessidade de realizar análises aprofundadas e específicas”, explicou a investigadora.
Este processo é “uma despistagem local muito mais intensa do que a que se faz atualmente, com uma taxa de erro muito inferior”, acrescentou.
“Com o desenvolvimento deste novo conceito de biossensor, vamos poder fazer testes em várias linhas de cancro, utilizando diferentes biomarcadores, podendo ainda estender-se a sua aplicação a outras doenças”.
Neste momento, a equipa de investigação já conseguiu associar os anticorpos plásticos às células fotovoltaicas, segundo indicou a investigadora, e estão a trabalhar num composto que seja capaz de mudar de cor de uma forma evidente, com o auxílio de materiais orgânicos.
O que se espera é que seja um produto, de utilização única, “barato e produzido a grande escala”.
Por seu lado, o projeto Symbiotic, liderado pela também investigadora do BioMark Lúcia Brandão, associa os anticorpos plásticos a um dispositivo autónomo que produz energia, mas não usa a célula fotovoltaica.
Neste caso, é utilizada uma célula de combustível – uma pilha – “que vai detetar a presença do biomarcador”, esclareceu a coordenadora.
“Se o sinal elétrico dessa célula combustível variar, vai dar indicação a um outro dispositivo agrupado, que muda de cor, indicando ao médico se o paciente tem indícios de cancro”.

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