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Investigação da U.Porto é capa da revista “Science”

Investigação da U.Porto é capa da revista “Science”

A capa da edição desta sexta-feira da “Science”, uma das mais prestigiadas e mais lidas revistas científicas de todo o mundo, destaca a investigação de uma equipa liderada e maioritariamente composta por investigadores do CIBIO-InBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, InBIO Laboratório Associado da Universidade do Porto, sobre o gene responsável pelas diferenças na coloração entre aves machos e fêmeas.

Em comunicado enviado às redações, a Universidade explica que na grande maioria das espécies de aves, há uma diferença na coloração das fêmeas, que apresentam cores menos vivas, enquanto os machos apresentam penas com cores mais exuberantes. O fenómeno, conhecido como dicromatismo sexual, justificava-se, segundo a comunidade científica, pelos milhares de anos de competição entre machos pela atenção das fêmeas, mas a investigação do CIBIO-InBIO veio sugerir outra explicação: as “mudanças na expressão de um só gene podem originar diferenças tão dramáticas na coloração entre machos e fêmeas”.

O estudo teve por base canários vermelhos ou “Mosaico”, sexualmente dicromáticos, que foram obtidos há várias décadas, quando criadores cruzaram canários com uma espécie similar, mas vermelha, da América do Sul, o Cardinalito da Venezuela. “Os cientistas encontraram uma única região divergente no ADN dos canários Mosaico, quando comparado com o ADN de outras variedades de canários. Nesta região está um gene, que codifica uma enzima, a causa mais provável para estas diferenças, a Beta-Caroteno Oxigenase 2 (BCO2)”.

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Ricardo Jorge Lopes, autor da fotografia da capa, investigador do CIBIO-InBIO e Curador de Aves no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, explicou, na mesma nota, que a enzima responsável por estas diferenças “degrada os pigmentos vermelhos e amarelos”. A diferença entre os machos com cores vivas e as fêmeas com cores esbatidas é resultado da quantidade de pigmentos que são depositados nas penas. Assim, este tipo de gene pode dar origem a machos mais coloridos e fêmeas com menos cor”, completou.

A investigação em causa, liderada pelo CIBIO-InBIO, integra cientistas da Universidade do Porto, Universidade de Coimbra, Universidade Washington em St. Louis e a Universidade de Auburn (EUA), e permitirá compreender como evolui a expressão das cores em machos e fêmeas e entender como as estratégias de acasalamento e de nidificação, pressões de predação e a luz ambiental afetam a evolução da coloração em aves.

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