
Realizou-se, pela primeira vez em Portugal, uma cirurgia transvaginal de remoção de tumores no útero. A intervenção teve lugar no Centro Materno-Infantil do Norte, no Porto.
Hélder Ferreira, ginecologista responsável pela intervenção, explicou à agência Lusa que através de um sistema ótico, com recurso a uma câmara endoscópica, a nova técnica consiste “na visualização do interior do útero” por via transvaginal e permite uma maior precisão na identificação e remoção de lesões intrauterinas.
A visualização, designada de histeroscopia, permite identificar patologias e lesões como pólipos, miomas, aderências ou cicatrizes dentro do útero e – simultaneamente – tratar ou removê-las.
Hélder Ferreira, coordenador da unidade de cirurgia minimamente invasiva do Centro Materno-Infantil Norte, revelou que o novo equipamento faz com que o procedimento seja “mais reprodutível, ao torná-lo também mais rápido e seguro”, comparativamente a outras técnicas que têm sido utilizadas, como a raspagem uterina, a remoção do útero ou a histeroscopia com corrente elétrica.
“Se conseguimos encurtar esse tempo, automaticamente conseguimos reduzir a dor e podemos fazer mais procedimentos, desta forma, sem anestesia”, frisou.
Segundo o ginecologista, o procedimento é também “mais fácil de realizar”, pois não recorre à anestesia, nem à energia elétrica, que na maioria das vezes “provocam dor e lesões às doentes”.
Uma das vantagens desta técnica é também “o regresso precoce a casa das doentes”, o que, aliado à redução do tempo que passam no hospital, evita o “elevado risco de infeções”.