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INESC TEC integra projeto europeu para estudar alterações climáticas abruptas

INESC TEC integra projeto europeu para estudar alterações climáticas abruptas

A investigadora Susana Barbosa, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, participa num projeto europeu que aborda, pela primeira vez, o tema do paleoclima, ou seja, estudar as “transições climáticas abruptas” que ocorreram no passado, para compreender o que “poderá acontecer no futuro”.

 “TiPES – Tipping points in the earth system”, assim se intitula o projeto, é financiado pelo programa Horizonte 2020 em oito milhões de euros, arrancou em setembro e junta investigadores de 17 instituições europeias de 10 países diferentes, sendo que o INESC TEC é a única instituição portuguesa que o integra.

“O paleoclima tem sido visto como um tema mais científico e com menos utilidade imediata, mas, este projeto revela que, por fim, o paleoclima é visto como algo importante para a sociedade”, salientou à agência Lusa Susana Barbosa, investigadora do Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG) do INESC TEC.

Nos próximos quatro anos, os investigadores vão “estudar as transições abruptas no clima” que ocorreram no passado, ou seja, alterações climáticas “raras” e “muito rápidas” associadas a desequilíbrios no sistema global, como por exemplo, o degelo ou as alterações na circulação oceânica.

“Sabemos que anteriormente ocorreram transições muito abruptas no clima e queremos perceber o que se passou para compreender melhor o que pode acontecer no futuro”, explicou à Lusa a investigadora, citada pelo Sapo 24.

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“A primeira parte deste projeto vai debruçar-se sobre a análise dos registos paleoclimáticos e, posteriormente, na modelação do clima passado, isto é, vamos tentar reproduzir, através de modelos numéricos, o que vemos nesses registos e tentar aplicar para melhores modelos futuros”, salientou.

Através de métodos computacionais “mais recentes e ligados à inteligência artificial”, o instituto português vai analisar algumas séries temporais paleoclimáticas, numa tentativa de encontrar “sinais de aviso” de transições climáticas abruptas.

“Vamos tentar perceber quando e como foram estas transições, assim como sinais de aviso. Nem sempre os sinais são iguais e há mesmo transições que não têm nenhum sinal, mas vamos tentar aferir se há algum sinal de aviso para o futuro próximo”, referiu.

A investigadora salientou que “Nós não somos ativistas climáticos, nós queremos é encontrar evidências científicas. Isto não é um projeto de alterações climáticas usual, é um projeto que marca um ponto de viragem para estudar colapsos do sistema que tiveram impactos sociais”, sublinhou, adiantando que “urge existir informação científica séria sobre o assunto”.

Para Susana Barbosa, “a questão climática é inequívoca e consensual, não apenas do ponto de vista científico. O risco de existirem alterações irreversíveis no sistema, como por exemplo, uma falha da rede elétrica ou os gelos continuarem a derreter mais rápido do que alguma vez se imaginou, pode ter grandes impactos e ser mais rápido do que se imagina”.

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