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INEGI alerta para poluição no interior das casas com recém-nascidos

INEGI alerta para poluição no interior das casas com recém-nascidos

Uma equipa de investigadores do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) detetou a presença de poluentes no interior de várias habitações do distrito do Porto, o que pode vir a representar riscos para a saúde das crianças.

Avaliar as condições ambientais às quais as crianças estão expostas em início de vida, no interior de várias habitações do distrito do Porto, era o objetivo do estudo que consistiu num inquérito a mais de 300 famílias, e na análise da qualidade do ar interior em 30 casas, onde, ao todo, residiam 60 bebés com menos de um ano de idade.

Os investigadores detetaram “condições de ventilação deficitárias” e identificaram um “aparente aumento da poluição química do ar associada a produtos como agentes de limpeza ou ambientadores, a par do uso carvão e madeira para aquecimento, da prática de fumar dentro de casa e da existência de condições para a proliferação de humidade e bolor num número relevante de habitações”.

Com base nas conclusões obtidas, o grupo de investigadores publicou um Guia de Boas Práticas e Recomendações, com o intuito de ajudar as famílias a “promover a melhor qualidade do ar interior nas suas casas” e salvaguardar a saúde das crianças.

A importância de ventilar os espaços; escolher produtos rotulados com baixa emissão de formaldeído e compostos orgânicos voláteis; evitar fontes declaradas de poluição; evitar secar roupa no interior de casa; ou limitar a utilização de humidificadores, são algumas das recomendações que constam no documento.

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“Ainda há muita falta de informação acerca dos efeitos nocivos das emissões poluentes, e muitos pais não sabem que certos materiais de construção, produtos limpeza, de higiene pessoal, ou produtos perfumados podem impactar significativamente a qualidade do ar na habitação”, explica Marta Gabriel, responsável pelo projeto no INEGI, acrescentando que “as crianças com menos de 1 ano de idade são particularmente suscetíveis a fatores ambientais”.

Razão pela qual os investigadores monitorizaram um vasto painel de indicadores como o conforto (temperatura e humidade relativa), ventilação (dióxido de carbono) e níveis de poluição (ozono, dióxido de azoto, formaldeído, acetaldeído, compostos orgânicos voláteis, fungos e bactérias).

Levado a cabo entre 2018 e 2019, o estudo “ganha agora mais relevância, face à atual pandemia”, salienta o INEGI. “Além de tendermos a passar mais tempo confinados em casa, a comunidade científica tem vindo a suportar a hipótese da existência de um efeito potenciador entre a exposição à poluição do ar e a letalidade por COVID-19”, explica Marta Gabriel.

O estudo, recentemente publicado na revista Environmental Research, foi realizado no âmbito dos projetos HEBE — Health, Comfort and Energy in the Built Environment, financiado pelo programa Norte2020 através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e HEALS — Health and Environment-wide Associations based on Large Population Surveys, financiado pela Comissão Europeia.

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