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A importância de Nascer e Crescer Saudável no Séc. XXI

A importância de Nascer e Crescer Saudável no Séc. XXI

A promoção da Saúde Materno-Infantil assume, cada vez mais, um papel primordial no desenvolvimento da nossa sociedade. O nosso país revelou um trabalho incrível na descida da taxa de mortalidade infantil, principalmente desde os anos setenta do séc. XX. Ainda no século passado, também em vários países europeus, no Japão e nos Estados Unidos da América, a mortalidade infantil diminuiu cerca de 90%.

Portugal desenvolveu, como disse, um trabalho irrepreensível, o qual nos fez passar de uma taxa de mortalidade materna no parto que rondava as 115 mortes por cada 100.000 nascimentos na década de 1960 para uma média de 10,4 mortes maternas por 100.000 partos em 2019.

Ao analisar-se os dados relativos às últimas quatro décadas, verifica-se que em nenhum outro país europeu ocorreu uma evolução semelhante. Muito fruto da evolução científica e da formação técnica dos profissionais de Saúde, cada vez mais capacitados para resolver com eficácia situações-limite no parto, mas também o reordenamento da rede de maternidades e salas de parto, concentradas em áreas devidamente identificadas, reduzindo assim os riscos de partos em locais sem o mínimo de condições físicas ou de recursos humanos.

Na verdade, este talvez seja um dos mais expressivos indicadores de como a assistência, desde a fecundação ao nascimento e até ao primeiro ano de vida, por parte de um coletivo profissional com tão elevado e específico nível de formação permitiram alcançar um standard excecional de saúde, colocando Portugal como um “case study” a nível mundial.

O Século XXI trouxe-nos novos paradigmas e novos desafios. Desafios que, entre os dias 13 e 15 de outubro, iremos debater e analisar durante o CMIN Summit’21, naquele que é um dos maiores e mais importantes congressos de promoção da Saúde Materno-Infantil e que este ano é dedicado à temática de “Nascer e Crescer Saudável no Século XXI”.

Um dos principais desafios com que nos deparamos, está relacionado com o nascimento cada vez mais tardio do primeiro filho. O aumento do número de jovens que todos os anos ingressa no Ensino Superior, aliado a uma crescente precariedade no mercado laboral para os mais novos, forçou muitos jovens casais a adiar o sonho da maternidade e paternidade, levando a que a mulher seja mãe pela primeira vez com uma idade mais avançada.

Entre 2010 e 2015, de acordo com os dados da Pordata, a taxa de fecundidade em Portugal fica pelos 1,3 filhos por mulher entre os 15 e 49 anos. Muito longe dos números verificados nos países desenvolvidos de 1,7 e ainda mais distante de 2,1 que constitui o valor mínimo garanta a renovação geracional.

As baixas taxas de fecundidade significam menos pessoas no mercado de trabalho, pondo em causa o crescimento económico e a viabilidade do país, principalmente do setor social.

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Se nada se alterar, a projeção para 2050 aponta para um total de 5 milhões de portugueses, associada a uma significativa inversão da pirâmide geracional, com aumento significativo da população sénior. Perante os atuais índices de fertilidade das mulheres portuguesas, o nosso país enfrenta uma situação de rotura geracional, muito difícil de corrigir.

Este é seguramente o maior desafio com que se confronta a nossa sociedade.

O seu futuro e a sustentabilidade geracional, estão na proteção das nossas crianças, perante médias tão baixas de natalidade, com taxas de fecundação incapazes de reverter a espiral negativa, da diminuição assustadora da população do nosso País.

A Sociedade portuguesa carece hoje de uma necessidade premente de apoiar as famílias, que se confrontam com uma série de constrangimentos, quer porque os avós trabalham e não podem tomar conta dos netos ou porque os infantários são deficitários ou até os seus horários de funcionamento são, muitas vezes, incompatíveis com as necessidades dos pais.

Constrangimentos e desafios que pretendemos debater ao longo de três dias, num congresso onde vão marcar presença nomes como a eurodeputada Chrysoula Zacharopoulou, membro da Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade dos Géneros no Parlamento Europeu.

Tudo isto articulado com a missão fulcral de minimizar os efeitos indiretos da pandemia COVID-19. Esses efeitos indiretos da pandemia nos jovens são assustadores e devem ser debatidos pois apesar de serem os menos percetíveis e abordados, vão ter um impacto muito maior que os diretos. Desde logo a necessidade de vacinar as crianças e jovens até aos 18 anos para permitir ajudar a  alcançar uma proteção grupal,  única forma de podermos voltar a ter uma vida normal.

Temas que vão estar em debate no CMIN Summit’21, ao longo dos três dias, com mesa dedicada a cada uma das áreas fundamentais na promoção da Saúde-Materno Infantil.

Por Prof. Dr. Caldas Afonso,
Diretor do Centro Materno-Infantil do Norte

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