A 58ª. edição do World Press Photo distinguiu a fotografia que revela Jon e Alex num quarto em São Petersburgo, pois, segundo Michele McNally, membro do júri, é “esteticamente poderosa e revela humanidade”, acrescentando ainda que “este é um momento histórico para a fotografia. A imagem vencedora precisa de ser estética, de ter impacto e de ter potencial para se tornar icónica”.
“Para as lésbicas, homossexuais, bissexuais, transsexuais e trangéneros (LGBT) a vida tornou-se extremamente difícil na Rússia. As minorias sexuais enfrentam discriminação social e legislativa, perseguição e até violentos ataques por parte de grupos nacionalistas e conservadores religiosos”, diz ainda o comunicado do júri.
Mads Nissen, de 36 anos, é fotojornalista no diário dinamarquês Politiken e passou dois anos na Rússia para desenvolver este projeto.
Os prémios World Press Photo, atribuídos pela fundação homónima com sede em Amsterdão desde 1955, distribuem-se por oito categorias em que são distinguidos os três primeiros prémios. À edição deste ano, concorreram 97.912 fotografias, de 5.692 fotojornalistas e fotógrafos de 131 países. No final, foram premiados 42 fotógrafos de 17 nacionalidades: Austrália, Bangladesh, Bélgica, China, Dinamarca, Eritreia, França, Alemanha, Irão, Irlanda, Itália, Polónia, Rússia, Suécia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.
A condição feminina, a vida das crianças, emigração ilegal, vida em cenários de guerra, o combate ao ébola ou as precárias condições de trabalho são alguns dos temas mais abordados este ano entre os premiados.
As fotografias premiadas serão exibidas numa exposição internacional que passará por mais de uma centena de cidades por todo o mundo, incluindo Portugal.