O sistema de “telerreabilitação por videoconsulta” a doentes que tiveram um acidente vascular cerebral (AVC) será “personalizado de acordo com as necessidades de cada doente”. No futuro, o sistema poderá também ser utilizado em doentes com outras dificuldades.
O Centro Hospitalar Universitário de São João vai implementar um sistema de telerreabilitação para os doentes que tiveram um acidente vascular cerebral (AVC) e que estão impossibilitados de ter fisioterapia e reabilitação, devido à pandemia covid-19.
Segundo Elsa Azevedo, diretora do serviço de neurologia do Hospital de São João, “em relação ao doente com AVC, o hospital continua a ter todo o tratamento da fase aguda, mas depois da alta hospitalar, a maior dificuldade é que o doente com AVC seja capaz de ter o apoio de fisioterapia e reabilitação”.
Desenvolvido no âmbito da iniciativa Gulbenkian Soluções Digitais Covid-19, o projeto visa assim implementar um sistema de “telerreabilitação por videoconsulta personalizado de acordo com as necessidades de cada doente”.
A especialista avançou à agência Lusa, citada pela Rádio Nova, que o serviço de neurologia e de medicina física e reabilitação do Hospital de São João estão já a selecionar os doentes que estão ou estiveram internados e que podem vir a beneficiar com este programa. De salientar que o doente tem de “ter um computador ou “tablet” que permita a visualização no domicílio”.
O hospital vai também desenvolver um “site”com conteúdos que permitam ao doente fazer alguns exercícios e práticas “fora do contacto por vídeo consulta”.
“Vamos ter conteúdos não só informativos, mas também de incentivo a alguma reabilitação autónoma ou até mesmo com a ajuda de um familiar ou cuidador”, explicou Elsa Azevedo.
O estado evolutivo de cada doente será avaliado por uma equipa de especialistas, que integra, entre outros profissionais, fisioterapeutas e terapeutas da fala.
O projeto aguarda agora a aquisição e montagem do equipamento. Elsa Azevedo adiantou ainda à Lusa que, depois dos três meses de funcionamento, o sistema poderá também ser utilizado em doentes com outras dificuldades.
“Podemos no futuro utilizar este sistema em doentes que tenham dificuldade de deslocação e ajudar a que vão fazendo algum tratamento no domicílio”, disse a responsável.
De referir que o projeto obteve um financiamento de 10.500 euros, sendo um dos 19 projetos apoiados pela iniciativa Gulbenkian Soluções Digitais, lançada para a promoção da saúde pública.