Numa exposição enviada ao presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, Eurico Reis, a administração do Centro Hospitalar de São João reivindica para si esse feito, afirmando ter efetuado em janeiro deste ano o primeiro transplante de tecido de ovário em Portugal, acusando assim a unidade de Coimbra de “violar todas as regras da ética profissional”.
A unidade de saúde portuense afirma que se tratou “de uma jovem a quem tinham sido retirados os ovários aos 18 anos de idade e a quem dez anos depois este transplante permitiu restabelecer a função ovárica e inclusive a criopreservação de um blastocisto após a realização de um ciclo de fertilização ‘in vitro’. O caso clínico foi recentemente aceite para publicação na prestigiada revista da especialidade Reproductive Biomedicine Online”.
No comunicado, assinado pelo presidente do Conselho de Administração, António Ferreira, pelo diretor do Serviço Ginecologia e Obstetrícia, Nuno Montenegro, e pela responsável da Unidade de Medicina de Reprodução, Sónia Sousa, lê-se que há um orgulho do “serviço prestado à paciente bem como o impacto clínico do mesmo uma vez que, como anteriormente referido, foi efetuado pela primeira vez em Portugal”.
No entanto, em abril de 2015 foi divulgado, pela diretora do Serviço de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar de Coimbra, Teresa Almeida Santos, através dos meios de comunicação social, a intenção de proceder a um suposto primeiro transplante de tecido ovárico em Portugal.
Os médicos do São João afirmam que ficaram espantados com a notícia e consideraram que se constituiu “um desrespeito para com os profissionais envolvidos na realização do primeiro transplante de tecido ovárico em Portugal, mas também para com todos os restantes profissionais aos quais, direta ou indiretamente, o assunto diz respeito”.
Quinta-feira 17 Dezembro, 2015
Hospital de São João acusa unidade hospitalar de Coimbra de falta de ética
O Hospital de São João, no Porto, denunciou falta de ética por parte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, quando este anunciou no passado mês de outubro de ter realizado o primeiro transplante de tecido ovárico no país.