Pela primeira vez em Portugal, o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho (CHVNGE) realizou uma nova cirurgia de extração de tumores nos brônquios, que “surge como alternativa à remoção total do pulmão”.
José Miranda, cirurgião responsável pela intervenção, explicou à agência Lusa que, através de um sistema ótico, com recurso a uma câmara, o novo método consiste numa “incisão na pele de três ou quatro centímetros, no meio das costelas,” que permite retirar a parte do brônquio onde se encontra o tumor.
Realizada por via fechada, a cirurgia – designada de ‘sleeve’ lobectomia com reimplantação brônquica por cirurgia toracoscópica uniportal – consiste na reimplantação do brônquio com recurso a técnicas manuais.
“A reimplantação brônquica consiste em retirarmos o fragmento do brônquio onde está incluído o tumor. De seguida, fazemos uma sutura manual, de modo a que o brônquio volte a ficar ligado à árvore brônquica”, contou o cirurgião.
José Miranda aponta como uma das vantagens deste método a “incisão na pele”, visto que, comparada com a cirurgia clássica realizada por via aberta – designada de reimplantação brônquica por cirurgia toracoscópica uniportal -, “esta é uma incisão de quatro centímetros e não ao longo das costelas”.
Este novo método surge também como “alternativa à remoção total do pulmão”, designada de pneumectomia, que segundo o cirurgião tem uma taxa de mortalidade elevada.
“A pneumectomia tem uma [taxa de] mortalidade operatória nos 10% e 15%. Não faz qualquer sentido o paciente correr um risco tão elevado numa cirurgia que é de rotina e não de urgência”, salientou.
A cirurgia durou cerca de quatro horas e realizou-se pela primeira vez na terça-feira, dia 7 de agosto, precisamente 70 anos após o CHVNGE, na época apelidado de Sanatório Dom Manuel II, ter realizado a primeira cirurgia torácica.