Os maiores hospitais portugueses não descartam a hipótese de recorrer à justiça para assegurar o direito de todos os doentes com hepatite C ao acesso aos tratamentos. A garantia foi deixada esta quinta-feira pelos presidentes dos centros hospitalares de São João e de Santo António, no Porto, Universitário de Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central.
Em comunicado, os responsáveis sublinham que pretendem continuar a “cumprir a sua missão de tratar os doentes com equidade”, admitindo adotar “as medidas legais e outras” que considerarem “adequadas”. Além disso, referem ser “insustentável” o valor que têm sido obrigados a pagar para o tratamento da hepatite C em Portugal, “epidemia que afeta gravemente um elevado número de cidadãos que estão à responsabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Segundo avançou ontem o Jornal de Notícias, os cinco hospitais “decidiram unir-se e tomar uma posição de força contra a farmacêutica norte-americana Gilead Sciences”, responsável pela venda do referido fármaco. O ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou, no mesmo dia, estar a aguardar a proposta da farmacêutica no âmbito das negociações para baixar o preço de um novo medicamento para a hepatite C.