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Há uma obra na Maia que está a gerar preocupação nos moradores

Há uma obra na Maia que está a gerar preocupação nos moradores

Na zona do Xisto, em Vermoim, Maia, os moradores estão a manifestar-se contra a construção de um tanatório nas proximidades das suas residências. De acordo com o Porto Canal, o projeto, adjudicado à empresa Servilusa e situado junto ao cemitério municipal, é alvo de críticas devido à alegada violação do Plano Director Municipal (PDM) e à falta de consulta pública por parte da Câmara.

Impacto no Quotidiano da Comunidade

Os habitantes, especialmente preocupados com a proximidade do equipamento a mais de 100 residências, consideram que a presença do tanatório irá alterar drasticamente a dinâmica da zona. Ana Teixeira, residente local, aponta ao Porto Canal que o aumento do tráfego automóvel e a movimentação diária associada a funerais comprometerão a tranquilidade de uma área maioritariamente habitada por famílias jovens.

Para José Monteiro, que vive há uma década junto ao terreno onde será erguido o edifício, a instalação de um crematório e tanatório representa uma mudança negativa num bairro até então pacato.

Preocupações com Saúde e Meio Ambiente

Fernando Sousa, porta-voz dos moradores, destacou que o grupo teme os impactos ambientais da incineração de corpos, incluindo a libertação de gases e partículas prejudiciais. Para além disso, criticou a falta de transparência da autarquia, que terá alegadamente avançado com o projeto sem partilhar estudos de impacto ambiental ou outros documentos relevantes.

Os residentes argumentam que o tanatório está localizado numa área inadequada, próxima de habitações e classificada como Zona de Proteção Florestal e Habitação Coletiva, o que contraria, segundo eles, o que está estipulado no PDM. Apesar das reclamações enviadas durante o processo de revisão do plano, concluído em Setembro, alegam que as suas preocupações foram ignoradas.

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Resposta da Câmara Municipal

A autarquia, por sua vez, afirma que o projeto cumpre todos os requisitos legais e que o terreno em questão está classificado como solo urbano, permitindo a construção do equipamento. Em resposta às preocupações ambientais, garantiu que foram obtidos os pareceres necessários das entidades competentes, incluindo a Administração Regional de Saúde (ARS), e que não existem riscos para a saúde pública.

A escolha do local foi justificada pela Câmara com base na sua proximidade ao cemitério municipal e na existência de terrenos de domínio público, bem como pela adequação do espaço para o uso pretendido. Segundo a autarquia, nenhum outro local reunia melhores condições para a implementação do projecto.

Apesar das justificações da Câmara, os moradores do Xisto continuam a lutar pela revisão do projecto e a apelar ao apoio da comunidade. Para eles, a instalação do tanatório numa área residencial densamente povoada é incompatível com a qualidade de vida e a segurança ambiental que esperam manter no bairro.

Projecto de Souto Moura e Custos Envolvidos

O projeto, orçado em 13,5 milhões de euros e assinado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, será inteiramente financiado pela concessionária, sem encargos para o município. A obra, que deverá estar concluída num ano, pretende oferecer um serviço moderno e funcional, com qualidade arquitetónica e impacto paisagístico positivo.

Fotografia: C.M.Maia
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