O Coliseu do Porto recebe esta quarta-feira, 21 de maio, um concerto especial de angariação de fundos que pretende reacender o projeto da Casa do Artista do Norte, uma ambição antiga do setor cultural que continua sem sair do papel.
O espetáculo, que reúne artistas como Gisela João, GNR, Miguel Araújo e Ornatos Violeta, pretende mobilizar apoios e dar visibilidade à necessidade de criar, fora de Lisboa, uma estrutura de apoio social e residencial para profissionais das artes.
A iniciativa conta ainda com a participação de figuras como José Raposo, Pedro Lamares, Óscar Branco, Rita Reis, Rui Xará e da Banda Filarmónica de Matosinhos-Leça. Os bilhetes têm preços entre os 10 e os 40 euros.
Para Miguel Guedes, presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto e rosto da organização do evento, esta é uma oportunidade para transformar uma vontade antiga num projeto com força real: “Ou conseguimos colocá-la como uma necessidade absoluta e todos são convocados a assumir as suas responsabilidades, ou então temos de partir para outra solução”, afirmou. via (Porto Canal)
A ideia de criar uma Casa do Artista no Norte remonta há vários anos. Chegou mesmo a haver um projeto aprovado em 2009, desenhado pelo arquiteto Manuel Correia Fernandes, e um terreno municipal cedido pela Câmara de Matosinhos, em Leça da Palmeira. No entanto, problemas técnicos e administrativos — como a inadequação do terreno face à evolução das normas de segurança e urbanismo — impediram a sua concretização.
Atualmente, o processo foi reativado. Estão a decorrer contactos com o arquiteto e com a autarquia para repensar a proposta e encontrar um novo local que permita avançar com a construção. A Câmara de Matosinhos mantém, segundo fonte oficial, disponibilidade para apoiar o projeto e facilitar a cedência de terreno.
Em Lisboa, onde a única Casa do Artista do país foi fundada em 1999, a instituição presta apoio a profissionais seniores das artes e da cultura, oferecendo alojamento, acompanhamento e dinamização cultural. A ambição, defendida por muitos, é que essa resposta social se estenda a outras regiões — e o concerto de hoje no Porto pode ser um passo importante nesse caminho.
