
O dirigente do grupo afirmou, à Lusa, que “o museu foi muito prejudicado por dois fenómenos. Primeiro, pela obra do túnel, que fez com que este museu estivesse ‘fechado’ à cidade durante 11 anos e, depois, [por] um presidente da câmara que, do ponto de vista cultural, virou as costas a tudo o que era cultura e maltratou esta casa sendo que ela é a conservadora do património da própria câmara”.
O presidente do também designado Círculo Dr. José de Figueiredo lamentou que a cidade se tenha “esquecido” do Soares dos Reis e declarou que “a tutela, na altura, esqueceu-se que colocar um museu no mapa da cidade não é por decreto”.
Para o dirigente do grupo de Amigos do Soares dos Reis, entidade com cerca de 1100 membros (e nove associados corporativos) que visa apoiar o museu, “a tutela não faz esse trabalho de casa, bastava o ministro da Cultura e o [responsável da área] do Turismo sentarem-se”.
“Este museu tem que fazer um longo caminho até estar nos circuitos turísticos, até estar internacionalizado, até as suas peças viajarem pelos outros museus. Há um longo caminho a fazer porque este museu esteve de facto ostracizado durante décadas. Demora a levantar, mas esta equipa é capaz de o fazer. Precisa é de meios, nesta altura não os tem”, declarou o presidente dos Amigos do Soares dos Reis, entidade voluntária que conta com figuras como Miguel Cadilhe no conselho fiscal e Valente de Oliveira na mesa da assembleia-geral.
O Museu Nacional de Soares dos Reis, o mais antigo museu público de arte do país e o único nacional na região Norte, recebeu 54 407 visitantes em 2015, mais 8,1% do que o número registado no ano anterior, de acordo com dados da Direção-Geral do Património Cultural.