Após a aprovação do novo Estado de Emergência em Portugal, a vigorar até ao próximo dia 1 de março, e, finalizada a reunião do Conselho de Ministros, António Costa falou ao país e anunciou que o Governo vai manter as medidas de confinamento adotadas no último decreto.
“Não é o momento para começar a discutir desconfinamentos totais ou parciais”. É momento para continuarmos, com toda a determinação, a fazer o que temos feito nas últimas semanas, porque só assim poderemos trazer o conjunto do país para um nível de segurança que nos dê conforto a todos na gestão da pandemia”, salientou.
O primeiro-ministro destacou o “esfoço cívico” dos portugueses, que faz com que “o confinamento esteja a produzir resultados”. “Nas últimas duas semanas, travamos o crescimento de novos casos e diminuímos o ritmo de novos casos. Este decréscimo tem-se traduzido numa redução de risco de transmissibilidade que está em 0,77, o mais baixo desde o início da pandemia, muito visível na redução efetiva de novos casos diários”.
Contudo, alertou que, ainda que Portugal esteja perante “uma trajetória descente”, a situação vivida no país “continua a ser extremamente grave”. “Não nos podemos conformar com os números que ainda temos, absolutamente inaceitáveis”, acrescentou.
Atendendo ao contexto atual, o Governo considera imperativo “manter o nível de confinamento até ao final do mês de fevereiro” e, possivelmente, durante o mês de março. “Temos de manter este esforço, porque temos mesmo de conseguir reduzir o número de novos casos, o número de internados, e de internados nos cuidados intensivos e, sobretudo, salvar vidas diminuindo o número de óbitos diários”.
“Estamos a lutar pela sobrevivência coletiva de cada um de nós. E essa sobrevivência depende daquilo que cada um faça”, completou o chefe do Governo.
Entre as medidas em vigor, recorde-se, está a restrição de circulação entre concelhos a partir das 20h00 de sexta-feira e as 05h00 de segunda-feira, com a exceção de deslocações para desempenho de funções profissionais, por motivos de saúde e para cumprimento de responsabilidades parentais.
Além disso, continua ainda a permanecer o dever de recolhimento obrigatório, a proibição de vendas ou entregas ao postigo em qualquer estabelecimento do ramo não-alimentar, a proibição de venda ou entrega ao postigo de qualquer bebida mesmo nos estabelecimentos autorizados ao ‘take-away’ e a proibição de permanência em espaços públicos de lazer.
Ao fim de semana, todos os estabelecimentos abertos ao público devem encerrar às 13h00, exceto o retalho alimentar, que tem permissão para funcionar até às 17h00. Já no período da semana, o encerramento de todos os estabelecimentos deve acontecer até às 20h00.
No que respeita ao ensino, este manter-se-á à distância. O Governo considera que ainda “prematuro anunciar qualquer alteração”.
Foto: Governo de Portugal
