O presidente da Câmara do Porto revelou esta segunda-feira que o Governo ainda não entregou o terreno de Justino Teixeira, localizado em Campanhã, dado em troca da construção do Centro de Saúde de Ramalde, equipamento entregue ao Ministério da Saúde há quase dois anos.
“Nós cumprimos a nossa parte, entregámos o centro de saúde [de Ramalde] pronto. Na altura eu achava que não devíamos entregar porque não confiava, disseram-me para confiar e até agora nicles”, disse Rui Moreira, durante a reunião de executivo.
O acordo com o Governo remonta a 2016. A Câmara do Porto assumiu o encargo de construir a nova Unidade de Saúde de Ramalde – que abriu portas em julho de 2019, seis meses depois da entrega à tutela. Em contrapartida, o Governo garantia a entrega de um terreno à autarquia em Justino Teixeira, Campanhã.
“Até agora continuam a não nos entregar Justino Teixeira. É verdadeiramente escandalosa a forma como o Estado se comporta com a cidade do Porto. É absolutamente lamentável”, considera Rui Moreira.
O terreno de Justino Teixeira destina-se à construção de um novo equipamento desportivo, um investimento orçado em cerca de 3,5 milhões de euros, integralmente assumido pelo orçamento camarário. Além de dotar a cidade de mais um campo de futebol de 11 e de outras valências desportivas, o equipamento permitirá acolher as atividades do Grupo Desportivo de Portugal, que utilizava o campo Rui Navega e cujos terrenos farão parte do novo Terminal Intermodal de Campanhã.
Apesar do investimento na reabilitação das infraestruturas desportivas existentes, Rui Moreira considera que a própria “geometria” do território não permite muito mais obras desta envergadura e lamenta
“A cidade tem 42 quilómetros quadrados e se não tivermos este campo de futebol em Justino Teixeira, não imagino mais onde possa haver equipamentos deste género”, disse o autarca, acrescentando que devido à “topografia”, à “aposta nos espaços verdes” e até “à proteção de espécies”, este projeto configura-se fulcral para dotar a cidade de mais um equipamento desportivo.
Rui Moreira lamenta que o terreno acordado ainda não tenha sido entregue, impedindo assim que a autarquia dê cumprimento a este plano.
