No último sábado, o Queimódromo do Porto foi palco de uma celebração especial: os 45 anos de carreira dos Xutos & Pontapés, uma das bandas mais icónicas do rock português. Este espetáculo marcou também o encerramento da digressão “Olá Vida Malvada”, que percorreu Portugal de norte a sul, revisitando os maiores sucessos da banda.
O nome da digressão faz referência ao tema “Olá Vida Malvada”, presente no álbum Circo de Feras (1987), um dos mais importantes para a história e popularidade do grupo.
A escolha da data para o espetáculo no Porto não foi coincidência: Zé Pedro, guitarrista e um dos fundadores da banda, completaria 68 anos de idade nesse mesmo dia, caso ainda estivesse entre nós.
Recorde-se que o músico faleceu em 2017, vítima de doença, mas continua a ser uma presença marcante na memória da banda e dos fãs. Para homenageá-lo, os Xutos prepararam uma simples, mas sentida, recordação ao seu companheiro de estrada, especialmente significativa numa cidade onde Zé Pedro viveu e foi feliz.
Antes dos Xutos subirem ao palco, a primeira parte do concerto foi assegurada pelas bandas Conjunto “!Evite” e “Meu General”, aquecendo o público para uma noite inesquecível.
O vocalista Tim, ao refletir sobre os 45 anos de carreira, confessou que “a vida não tem sido propriamente malvada” para a banda, embora admita que “não tem sido um mar de rosas”. “Os primeiros 25 anos foram os mais difíceis, mas, com o tempo, começámos a valorizar outras coisas”, partilhou Tim, com a sabedoria que os anos lhe trouxeram.
O concerto final contou com um alinhamento especial, reunindo os dois setlists apresentados ao longo da digressão de verão, proporcionando um espetáculo ainda mais grandioso, como prometido por Tim: “Será um espetáculo um bocadinho mais volumoso”. Uma noite memorável que honrou a história e o futuro de uma das bandas mais queridas de Portugal.
