O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, alertou que a candidatura da autarquia portuense à subconcessão da STCP levanta questões éticas, uma vez que um dos membros do júri é “funcionário” da câmara. “Há um conflito (…), é uma questão ética, de imagem pública, porque dá a ideia de que andamos a fazer esta luta toda, não por razões estratégicas, mas para ter um membro no júri que nos fosse favorável”, referiu o autarca socialista, em declarações à Lusa, acrescentando que vai reunir com Rui Moreira esta semana.
Vítor Rodrigues comentava assim o email endereçado, no passado dia 19, aos presidentes das câmaras da Área Metropolitana do Porto, e a que a Lusa teve acesso, no qual reconheceu ter ficado supreendido com a notícia do concurso da câmara do Porto à subconcessão, hipótese que afirma nunca ter sido discutida. O sociólogo reiterou também que não existem condições objetivas para que uma câmara avance para o concurso, ainda que deixe tudo em aberto até à reunião com Rui Moreira. Segundo explicou, em causa está a nomeação, pelo grupo de representantes do Conselho Metropolitano do Porto no processo e do qual Rui Moreira fez parte, de Pires da Costa – um “funcionário da câmara do Porto” – para membro do júri do concurso. “Essa ligação pode ser muito perigosa para a nossa imagem pública, mas particularmente para o Porto”, constatou.
A 20 de Agosto, o autarca portuense respondeu ao e-mail de Vítor Rodrigues a assegurar que “a Câmara Municipal do Porto não pretende (…) nenhum estatuto de exceção”.