Em declarações à agência Lusa, o provedor da Misericórdia do Porto, António Tavares, disse que o programa de recuperação – gerido pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) – tem já afetados nove edifícios situados na zona histórica da cidade “e mais 11 na fila para poderem entrar”.
Até ao final do ano, a recuperação dos edifícios localizados nas ruas Cândido dos Reis e Chã estará concluída. O responsável considera que o programa é “muito positivo porque evita a descapitalização da instituição e permite ao mesmo tempo a reabilitação do seu património”.
Cada prédio “nunca fica por menos de 500 mil euros de custo em reabilitação” e a recuperação de todos edifícios incluídos no património da Santa Casa abrangidos ronda os cinco milhões de euros, explicou António Tavares.
O programa “Reabilitar para Arrendar” é gerido pelo IHRU e disponibiliza um simulador no qual os potenciais investidores poderão verificar os montantes mensais a pagar, bem como a renda condicionada que terão de praticar depois de concluídas as obras de reabilitação.
“Para nós é importante porque permite-nos ter as rendas e com essas rendas também termos verbas para a nossa atividade”, afirmou o provedor esta segunda-feira, na cerimónia de assinatura dos protocolos com as misericórdias de Vila Nova de Gaia, Vale de Cambra e Lamego, que dispõem de edifícios no centro do Porto que serão agora inseridos no programa Reabilitar para Arrendar.
A iniciativa, destinada a “evitar a desertificação das cidades” e “para que as famílias possam continuar a viver também nos centros das cidades”, tem uma linha de financiamento, disponível desde julho de 2015, com uma taxa de juro fixa de 2,9% para empréstimos a 15 anos.
Os empréstimos poderão atingir os 90% do valor total das obras de reabilitação que o proprietário se disponha a fazer.