À luz do documento, na área em ruínas dos núcleos fabris “são admitidas novas construções desde que sejam complementares e indissociáveis da edificação original e desde que não ocupem a totalidade do espaço livre e respeitem a volumetria envolvente”. Além disso, na área edificada “são permitidas obras de conservação e restauro, de modo a manter a unidade morfológica com incidência para os seus valores construtivos, históricos e artísticos”, prevendo-se a “manutenção dos revestimentos históricos e coberturas” e de “todos os elementos de arqueologia industrial”. De recordar que, em janeiro, a Câmara de Gaia instou o secretário de Estado da Cultura a pronunciar-se com “urgência” sobre as medidas para salvar a Fábrica da Cerâmica das Devesas. Na carta enviada a Jorge Barreto Xavier, Vítor Rodrigues sublinhou mesmo o “estado de degradação do imóvel”, que tem vindo a acentuar-se. Cofundada em meados da década de 1860 por José Teixeira Lopes, a Fábrica de Cerâmica das Devesas terá sido uma das mais importantes do país, dominando no início do século XX a produção de azulejos, estátuas e ornamentação cerâmica, artefactos em ferro fundido, cantarias de mármore, entre outros produtos.