Inspirado nas raízes culturais da cidade, o doce que venceu o concurso “Delícia do Porto” é da autoria de Gabriela Ribeiro.
“É como que uma homenagem ao que se fazia no extinto Convento de S. Bento de Avé Maria do Porto, que se situava no que é hoje a Estação de S. Bento. Nesse convento usava-se o milho, pão, trouxas de ovos, eu acrescentei o feijão para a criação desta peça”, contou Gabriela Ribeiro. O doce tem o formato de coração, evocando “o momento em que D. Pedro IV doou o seu coração à cidade do Porto como forma de agradecimento pela lealdade do povo da cidade à causa liberal”.
Para além de um prémio monetário no valor de 10 mil euros, a autora vai agora ostentar também o estatuto de ser a criadora da “Delícia do Porto”, e assim ficar na história da gastronomia nacional. A “Delícia do Porto” pode ser produzida por várias pastelarias e estará disponível no comércio tradicional, na hotelaria, nas caves, nos cruzeiros do Douro, e um pouco por todo o distrito.
A doceira Gabriela Ribeiro, do Porto, Rui Pereira do ‘Forninho da Granja’, na Maia, Joana Sousa, mentora do projeto ‘The Pastry Lab’, do Porto, e o Chef Sandro Silva da ‘Natas D’Ouro’, de Vila Nova de Gaia, foram os quatro finalistas que marcaram presença na Grande Final que se realizou na Alfândega do Porto.
O resultado final foi apurado com a participação do público, que pôde votar através da aplicação móvel “Delícia do Porto”. Esta votação teve um peso de 30 por cento na decisão final, sendo a restante percentagem da responsabilidade de um júri constituído pelo chef Ljubomir Stanisic, pelo chef Hélio Loureiro, por Ana Soeiro e Luís Maia da Qualifica / oriGIn Portugal, por Jorge Braga, da Direcção da AIPAN (Associação dos Industriais de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte), por Flávio Ferreira, presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo, pela Confraria das Tripas, pela Confraria dos Sabores Poveiros bem como especialistas dessa instituição, elementos da Confraria dos Velhotes e da Real Confraria Gastronómica das Cebolas e um elemento da organização do concurso.
A Lezíria das Delícias foi a empresa organizadora deste concurso, que procurava que fosse criado um doce novo, um produto de origem geográfica que revelasse interesse etnográfico, social ou técnico, evidenciando valores de memória, saberes, autenticidade, singularidade ou exemplaridade.