
Amorim revelou esta terça-feira à Lusa que a próxima edição terá como tema “a ideia do empoderamento, mas no plural”.
“Falaremos do empoderamento do sul da Europa, do mundo, do negro, da mulher, do jovem, do velho, do oprimido”, apontou, explicando que a abrangência do termo permite abordar esta que é “uma ideia muito cara da América Latina” e que é “muito necessária num mundo cheio de muros, divisões e reversões de direitos conquistados”.
Ainda assim, explicou o diretor, o tema “não é uma prisão”, mas antes “uma forma de organizar trabalhos e pensamento em torno da programação” do festival.
Reforço das residências artísticas
Na edição do próximo ano, serão “reforçadas as residências artísticas e o projeto de formação”, o “Isto não é uma escola FITEI”, programa que se estreou na 40.ª edição e que é composto por uma série de oficinas, ‘masterclasses’ e conferências sobre teatro, orientadas por criadores que apresentaram peças durante o festival.
O reforço das residências artísticas e do programa de formação “também se relaciona com o empoderamento do artista e da sua criação”, referiu Gonçalo Amorim, que pretende ainda que o próximo ano tenha “uma boa mostra de teatro português feito por várias gerações” para aproveitar “os cruzamentos de pessoas vindas de muitas partes do mundo”.
Dentro do programa de residências artísticas está a primeira estreia para o próximo ano, anunciou Gonçalo Amorim, com a presença do argentino Federico León, que em 2015 trouxe ao festival “Las Ideas”.
O dramaturgo, encenador e realizador de cinema de 42 anos, nascido em Buenos Aires, apresentará na 41.ª edição a peça “Yo Escibo. Vos dibujáis”, “uma instalação em que participam pelo menos 35 atores, muitos deles locais”.
Por fazer ficou a apresentação do livro comemorativo dos 40 anos do certame, o que acontecerá “certamente no mês de julho” depois do adiamento devido a “questões técnicas”, ressalvando que a obra será publicada no próximo mês.