As duas décadas de vida do FIGST vão, assim, ser celebradas com a presença de artistas nacionais e de países como a Eslováquia, o Egito, a Alemanha, Suécia e Escócia.
Os vários espaços culturais do concelho vão acolher, nesta edição, seis concertos, dois cursos para professores de guitarra e alunos em fase de conclusão de estudos e ainda uma exposição comemorativa dos 20 anos do festival, encarado pelo presidente da Câmara de Santo Tirso, Castro Fernandes, como “uma incontornável manifestação artística na vida cultural tirsense”. Organizado pela autarquia em colaboração com a ARTAVE (Escola Profissional e Artística do Vale do Ave), o evento não recebe ajudas institucionais há 12 anos. Aliás, sublinhou o edil, o FIGST ainda resiste pelo facto de se ter transformado numa “referência nacional e internacional”. “Depois de 2001, nunca mais recebemos qualquer tipo de apoio”, referiu, acrescentando que, apesar dos “fortes constrangimentos orçamentais”, a qualidade artística do evento está assegurada. “Por isso é que damos autonomia total à ARTAVE para escolher os músicos e para garantir a qualidade técnica do certame”, realçou o socialista.
E para os concertos de 2013, as apostas recaíram em nomes como Andreas Varady Trio, Pedro Rodrigues, Joseph Tawadros, Peter Finger, Johannes Möller e David Russell, juntando, assim, músicos consagrados a jovens promessas. Segundo salientou o diretor da ARTAVE, Alexandre Reis, a qualidade artística é um dos ingredientes garantidos no evento, que receberá “os bons guitarristas mundiais”. Num olhar mais atento para a programação do FIGST destaca-se, logo no primeiro dia, o concerto do jovem guitarrista Andreas Varady, no Auditório Padre António Vieira, nas Caldas da Saúde, pelas 21:30. Influenciado por músicos como Django Reinhardt, Wes Montgomery e George Benson, o cigano eslovaco, de apenas 15 anos, toca guitarra desde os quatro, ensinado pelo pai, e já arrancou fervorosos aplausos a diversos públicos do mundo. Em Limerick, na Irlanda, participou em oficinas de jazz, tendo, depois, viajado para Nova Iorque para estudar no Skidmore Jazz Institute, articulando a formação com uma bolsa alcançada na Art Councils irlandesa.
Agendado para o dia seguinte, 11 de maio, no mesmo local, está o concerto de Pedro Rodrigues e Monika Streitová com a Orquestra ARTAVE. Os jovens dão corpo ao duo Machina Lírica, nome inspirado num poema “de delicada beleza bizarra” do poeta pós-surrealista Helbert Hélder. Pedro e Monika executaram em estreia absoluta mais de 200 obras de diversas formações, peças a solo, duos, formações de música de câmara e concertos com orquestras, em diversos palcos internacionais. Seis dias depois, o palco do auditório pertencerá a Joseph Tawadros, natural do Egito. Após alguns anos vividos na Austrália, Tawadros regressou às origens e começou a estudar violino egípcio com o famoso músico Esawi Daghir, que ficou tão impressionado com o seu desempenho que decidiu dar-lhe formação “pro bono”, expressão derivada do latim que significa “para o bem do povo”.
Entre os artistas mais conhecidos está também o alemão Peter Finger, que atuará no dia 18 de maio, às 21:30, no auditório da Biblioteca Municipal. Finger já deu concertos um pouco por todo o mundo e participou em numerosas produções para rádio e televisão, sendo igualmente autor de vários programas sobre música para guitarra e de composições para orquestra sinfónica e filmes. Em 1988 fundou a sua própria companhia discográfica – a Acoustic Records – com a qual tem produzido CDs de Blues, Jazz e World Music. Galardoado com vários prémios, o artista alemão foi conquistando uma posição entre os nomes mais reputados da área, sendo atualmente considerado um dos melhores guitarristas do mundo.
Conhecido pelas suas interpretações emotivas, o guitarrista e compositor sueco Johannes Möller, que tocou pela primeira aos 13 anos, é outro dos protagonistas do Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, com atuação confirmada no dia 24 de maio, no Centro Cultural de Vila das Aves. O músico soma já mais de 500 apresentações realizadas na Europa, Ásia, América do Norte e do Sul e, em 2010, foi distinguido com o 1.º prémio do GFA Concert Artist Competition, considerado por muitos o maior concurso de guitarra do mundo. O último concerto ficará a cargo do escocês David Russell que, segundo a crítica, marca os espectadores devido à sua presença em palco “altamente cativante”. Em 2005, acabou por vencer o Grammy na categoria de Melhor Solista Instrumental em Música Clássica. Atualmente, apesar de residir na Galiza, passa grande parte do tempo a viajar pelos palcos do mundo, com paragens frequentes nas grandes salas de Nova Iorque, Londres, Tóquio, Los Angeles, Madrid, Toronto, Amesterdão e Denver.
Texto: Mariana Albuquerque
